Nota:
Este meu amigo, a quem há muito tempo
reconheço possuir um extraordinário filão poético, costurou, entre outros, o
poema que abaixo se segue e que encheu o meu espírito com recordações passadas,
cujas águas, ainda hoje fazem rodar moinhos e azêmolas – azenhas, quero dizer.
Por isso, e com a sua anuência, resolvi levá-lo a público.
António Figueiredo e Silva
(Poema de: José Alberto
Cardoso)
"A PESTE
GRISALHA".
Peste grisalha, é "res
cogitans",
jamais escumalha,
É neve branca no cimo da serra,
Peste grisalha não é gentalha,
São os protestos nesta Terra!
Dias e dias queima o sol,
Neve que derrete não fica mole,
Tantos os medos pestes grisalhas;
Filho que bate no pai,
Este tem que gritar um ai,
Vira o pau de certeiras malhas!
Os cavalos são abatidos,
As árvores morrem de pé,
Tenho vergonha dos atilhos,
Prefiro fumar o cachimbo de rapé!
Tivera quatro mil pecúnias,
A carroça também abanava,
Freio e tento nestas loucuras,
Quem é que me segurava?!
José Alberto de Brito Cardoso.
Coimbra.30/10/2016
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