Rir de tudo é
predicado dos malucos, mas
não rir de nada, é
apanágio dos estúpidos.
(Erasmo de
Roterdão)
QUANDO
O CU TAMBÉM “RESPIRA”
(Situação
de “emergência”)
Com
a “história” da moléstia que por aí anda e tem feito uma purga populacional, que
continuará a fazer por larga temporada, inda subsistem – e inda bem - pessoas de
bem alinhavado espírito brincalhão, que conseguem, sabe lá Deus como, arrancar
do seu íntimo “intestinal” criativo, flatulentas maneiras de galhofar com a
negritude do momento; foi a razão da foto inserida, que veiculou no feed notícias.
Ao menos valha-nos isso, que de angústia e
lamentações, bonda! São criaturas que venero, porque conseguem – aparentemente
- superar o seu receio e a sua tristeza, colocando ao serviço da sociedade as
criações artísticas da sua fértil imaginação humorística.
Esquadrinham na sua maneira de ser, frases
brejeiras, como interrogações ou afirmações com muita graça, ou fotografias e
ilustrações, cuja piada não lembra ao mais inteligente Diabo. São imaginações,
que só podem brotar de um espírito alegre e criativo de alguém, que, apesar da
hora não ser p’ra brincadeiras, inda consegue desenraizar de dentro de si, (não
deixando de padecer como todos), umas larachas que nos fazem sorrir por
momentos e arrancar-nos do nosso monástico marasmo, ao incutir-nos no rosto um
sorriso galhofento, enramalhetado por um nervoso colorido.
Entre tantas que têm que têm dado à costa,
(não confundir com, ao costa), esta de, quando todos os buracos se “fecham” (ou
se abrem) e se pode “respirar” ou explodir pelo traseiro, além de expressar uma
moda, (andar roto), manifesta também, com avantajada expressividade, as
“ruínas” que pode fazer um malfadado e pobre cu, quando faz parte de um uma
cabeça com o tino em carência.
Esta foto, a meu ver, traz-me à recordação
os primórdios do Código Postal, cuja propaganda se resumia aos vocábulos, “é meio caminho andado”; a ver pela frincha
“discreta”, mas directa, (ao assunto), assenta muito bem no rego onde fica
alojado a tal sarjeta respiratório de emergência, que mesmo com a expiração
contida, não deixa a atenção passar em branco a qualquer olhar mais curioso,
enérgico, atento, investigador, e malicioso, ao sentir-se barbaramente seduzido
pela luxúria estampada por baixo da brecha onde o pano se esfrangalhou. Porém
com justa razão.
Assoma-se-me também à ideia, a indicação
de uma armadilha, ao jeito d’uma gaiola “aberta”, com um convite implícito à
entrada de algum passareco que ande por aí com a cabeça aérea, a esvoaçar mais
desnorteado e menos esquisito, à procura de aconchego num qualquer muro de
lamentações em aflitivo carecimento.
Não sei o que mais pensar!?
Mas esta ideia, de respirar pelo traseiro,
não deve ser posta de parte, porque não abdica de não ser uma forma
“inteligente” de dar um trabalho danado ao vírus, obrigando-o a desistir de entrar
ou morrer de exaustão.
Só faltava mais esta!
António Figueiredo e Silva
Coimbra, 22/04/2020
Nota:
Procuro
não fazer uso do AO90.
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