terça-feira, 14 de abril de 2020

OS DOIS "FF"



“Um fanático é um orador completamente surdo”.
 (Kahlil  Gibran)

E “cego”.
(A. Figueiredo)

OS DOIS “FF”
(Fé, ou Falta… de sensatez?)
Nota:
Ver vídeo antes de ler.


Não vou aqui versar sobre o credo que vagueia na cabeça de cada pessoa, porque pertence ao campo da privacidade, que é de todo impenetrável e só a cada um diz respeito. Podem ter ângulos diferentes de ver e sentir, mas que nós devemos reverenciar.
Mas, quando essa fé, pelo excesso de credo ou mera disparate, se pode converter numa “enfermidade alienada”, (fanatismo), a que eu chamo também de parvoíce, e que deixa de ser personalizada, para se tornar colectiva, pela sua conversão em andaço, podendo infectar os “crentes” mais incautos ou aqueles que têm receio das críticas lá do “burgo”, não vou deixar de não caboucar a minha crítica, com toda a “suavidade” espinhosa que me é peculiar, quanto me dedico a picar na pedra.
Estou quase a acreditar que os meios de informação, por intempérie ou por “cegueira” congénita, não devem ter chegado a todos os locais ou aos encéfalos de muitas pessoas em tempo devido. Prova-o a triste, ridícula e perigosa actuação Pascal - que foi mais “pascácioal” do que Pascal -  àquela abençoada terrinha, que nem sei aonde fica!?
Apresenta-se ali uma figura, “seraficamente” trajada de anjinho-amarelo - sem asas - a segurar um madeiro ornamentado com e umas flores da mesma côr – p´ra fazer pandam - e um pano meio enrolado, que ia dando a beijar a quem ali se encontrava. Parece não ter nada de mal. Mas tem. A possível transmissão do ácido maligno e altamente contagioso desta pandemia que está a alastrar o Mundo, do qual a população portuguesa parte integrante.
Não achei mal, a manifestação religiosa em si, porém, dada a situação de emergência – legitimada - em que Portugal se encontra, com o risco mortífero à espreita por todos os cantos e esquinas, considero-a despropositada e somente criticável -  que de condenação já chega.
A questão, não é o acto em si, porém a perigosidade dele decorrente para a população – não sabemos!? - Rogo a Deus, para que dê a consciência luminosa a quem dela carece.
Então, enquanto em Roma, a Praça de S. Pedro, no Vaticano, está livre para as aves do Céu, como um exemplo de resguardo contra a propagação da pandemia, ainda subsiste a ferrenha e irresponsável determinação de alguns acólitos do catolicismo, em se desviarem deste exemplo?! Façam a vossa introspecção e não me dêem a razão, porque dela não estou carente.
O que se me afigura, é que querem ser, ainda que irreflectidamente, mais papistas do que o Papa.
Amen.

António Figueiredo e Silva
Coimbra, 13/04/2020
Nota:
Faço questão em não usar o AO90




Sem comentários:

Enviar um comentário