segunda-feira, 20 de abril de 2020

ESTOU CHOCADO



ESTOU CHOCADO
Sim, estou chocado.
Tantos que foram arrancados à miséria com o 25 de Abril.
Tantos que deixaram de ser presos por delito de opinião.
Tantos que hoje usufruem de um Serviço Nacional de Saúde.
Tantos que deixaram de morrer nos primeiros dias de vida.
Tantos que passaram a ter uma maior esperança de vida.
Tantos que passaram a saber ler e escrever.
Tantos que passaram a ter uma segurança social.
Tantos que passaram a ter um tecto para se abrigar.
Tantas, tantas mudanças que nos trouxe a revolução de Abril, restituindo-nos a dignidade de povo livre.
Tantos, mas tantos que, hoje, por razões de estupidez, ódio ou outra coisa qualquer, negam os valores democráticos de Abril.
Tantos que, no limite da desfaçatez, querem impedir Portugal e os portugueses de celebrar o dia da liberdade. Tantos e, alguns, pagos com os impostos dos portugueses, ocupando cargos públicos.
Tantos, mas tantos, que querem associar o confinamento social provocado pela pandemia do SARS-COV-2, alargando-a a um confinamento da democracia e do 25 de Abril. Tantos, mas tantos, que me interrogo sobre os limites da estupidez social e humana.
VIVA O 25 DE ABRIL. VIVA A NOSSA CASA DA DEMOCRACIA

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António Figueiredo e Silva

25  ABRIL O DIA DA “LIBERDADE”!
(Para alguns, não para todos)

“ESTOU CHOCADO”
Sim, também estou chocado!
Tantos que foram enterrados na miséria ao verem-se espoliados dos seus bens, dos seus empregos e da sua liberdade na forma de pensar.
Tantos que foram presos por delito edeológico e outros (tantos!), ameaçados de fuzilamento no Campo Pequeno.
Tantos que hoje, por não terem possibilidades de recurso ao privado, vivem com as suas mazelas ou cedo morrem.
Tantos que deixaram de morrer nos primeiros dias de vida para serem assassinados com alguns meses de existência.
Tantos letrados, que apesar de saberem ler e escrever, são verdadeiros burros mandados, sem opção própria.
Tantos que hoje vegetam com uma parca “esmola” da Segurança Social (em vias de volatilização).
Tantos que hoje vivem ao relento e tantos que “legal e democraticamente” são despejados dos tectos que os abrigavam.
Tantas e tantas mudanças que nos trouxe a Revolução de Abril, restituindo-nos uma dignidade aparente de povo” livre” - sob vigilância e controlo da Europa.
Tantos, mas tantos que, no limite da congruência, ambicionam proteger Portugal e os portugueses da propagação desta pandemia assustadora, evitando os festejos atidos a qualquer edeologia, seja ela individual, política ou religiosa. Tantos e, alguns, pagos com os impostos dos portugueses, ocupando cargos públicos – é verdade.
Tantos, mas tantos, que têm a verdadeira noção do que representa o confinamento para conter a propagação da pandemia do COVID-19, tentando, num grito abafado, alargar este conceito às aglomerações pseudo-democráticas, concernentes aos festejos do 25 de Abril. Tantos, mas tantos, que também me interrogo sobre os limites da estupidez humana!
TEM RAZÃO”.
VIVA O 25 DE ABRIL. VIVA O NOSSO EDIFÍCIO - POUCO EDIFICANTE - DA DEMOCRACIA, QUE…
…EMBORA ENFERMA, VAI EXISTINDO PARA UNS TANTOS! (?).

Porque:
As falcatruas proliferam à rédea solta e alguns dos envolvidos, continuam em democrática liberdade, a viverem à grande e à francesa.
A corrupção tem proliferado mais rápida e mais viçosa do que os relvados dos jardins mais bem tratados de Portugal.
A doutrina do padrinhamento político, nunca esteve tanto na berra como como se pode constatar, sendo Portugal governado por oligarquias que se unem como a ‘Ndrangheta ou Cosa nostra”, para um fim comum. O poder e o dinheiro.   
A igualdade na aplicação da lei nunca esteve tão relacionada com “cada cabeça, sua sentença” – “quem tem padrinhos ou amigos não morre na cadeia”.
A intolerância ao pensamento individual, transformou-se numa praga maldita, que arreganha os dentes com ferocidade e ofensivas expressões, quando procura sufocar uma liberdade de opinião quando esta não se enquadre dentro dos limites perimétricos de determinadas doutrinas.
Porra, porra, porra!
Que se lixe. Não vou esgrimir mais.
Além de CHOCADO, estou cansado.

“BAMOS” FESTEJAR”! ”BIBAAA”!

António Figueiredo e Silva.
Coimbra, 20/04/2020

Obs:
Não uso o AO90



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