segunda-feira, 16 de março de 2020

O “PH” NA CRISE COVID-19


”Quando escrito em chinês, a palavra crise compõe-se
de dois caracteres; um representa o perigo e o outro
representa a oportunidade”.
(John Kennedy)

O “PH” NA CRISE COVID-19
(Papel Higiénico)

Enquanto não pega a tara de utilizar o PH (Papel Higiénico), para limpar a língua, não vou deixar fugir a oportunidade de tecer meia dúzia de palavras sobre tão valioso bem, que algumas pessoas estão a armazenar para higienizar, penso que, um delírio pessoal. 
Perante esta alienação mental, até o papel destinado a limpar os “entrofolhos” e outros lados mais emporcalhados, é motivo para açambarcamento.
Bem, disto subsiste-me a ideia de que existem seres portadores de uma forte pancada na mona, que pensam que vão entrar para a Arca de Noé, para fazerem parte da “comitiva” animal, que Deus lhe havia recomendado Noé para lá enfiar, com o objectivo de repovoar a Terra no fim da catástrofe provocada por uma abundância pluvial durante uma quarentena bíblica decretada por Ele, como castigo Divino, porque, “naquele tempo”, a humanidade se comportava muito mal – hoje é um assombro! Vamos de mal a pior.
Também nunca me tinha passado pela cachimómia, a existência de famelgas em que a soma dos traseiros do seu agregado familiar ultrapassasse a superfície, quiçá ilimitada, da leviandade do seu raciocínio, a observar pela rápida ausência deste bem “precioso” – para alguns - das prateleiras dos hipermercados.
 Para grande consternação minha, muitos, com falta de conhecimentos da história, desconhecem que aqui há sessenta ou setenta anos, no tempo em que o analfabetismo fazia parte de uma realidade, a “plebe”, mesmo com uma ignorância acentuada - até os mais doutos - tinha por hábito “obrigar” o cú a ler as notícias derradeiras, inseridas num bocadinho de jornal amarelecido pelo tempo e conseguiam sobreviver e disseminar a sua prole, cujas ramificações se têm propagado até à actualidade. Mas, gente fina é outra coisa.
 O PH, substituto dos tais resquícios de jornal, da folha de couve, do folhedo da espiga de milho e mais tardiamente, dos bocados de papel de sacos de cimento, é muito mais acetinado, mais confortável, mais prático e consegue acumular diversas funções, para além da higienização dos traseiros: limpar vidros, enxugar as mãos, fazer de mata-borrão, servir de guardanapo e até, em momentos de lascívia, embrulhar e arremessar para o “lixo” uma série de filhos-da-mãe que não são desejados - naturalmente porque já cá existem muitos.
A versatilidade do PH é realmente bastante ampla, dependendo, como é compreensível, do poder inventivo de cada “abóbora”.
Como podemos ver, as funções do PH são tão diversificadas, que é natural e justificável, que algumas mioleiras com a densidade da sua massa cinzenta equivalente à do referido papel, optem, no decorrer de uma crise endémica como a que está a ocorrer, pelo seu açambarcamento, sem pensar no resto da comunidade.
“Não deixo de não lhes dar razão”.
Mas para esses, se o “stok” lhes terminar antes do tempo conjecturado, teimo em deixar-lhes aqui um conselho que lhes pode ser proficiente e económico: recorram à utilização de urtigas - estamos no tempo delas – que além de higienizarem com eficácia, devido ao seu poder urticante, também avivam a memória e lembram-lhes de que não olhem só para o vosso umbigo. Existem mais pessoas na comunidade.

António Figueiredo e Silva
Coimbra, 16/03/2020

Obs:
Faço por não usar o AO90


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