”Quando escrito em
chinês, a palavra crise compõe-se
de dois
caracteres; um representa o perigo e o outro
representa a
oportunidade”.
(John Kennedy)
O
“PH” NA CRISE COVID-19
(Papel
Higiénico)
Enquanto
não pega a tara de utilizar o PH (Papel Higiénico),
para limpar a língua, não vou deixar fugir a oportunidade de tecer meia dúzia
de palavras sobre tão valioso bem, que algumas pessoas estão a armazenar para
higienizar, penso que, um delírio pessoal.
Perante esta alienação mental, até o papel
destinado a limpar os “entrofolhos” e outros lados mais emporcalhados, é motivo
para açambarcamento.
Bem, disto subsiste-me a ideia de que
existem seres portadores de uma forte pancada na mona, que pensam que vão
entrar para a Arca de Noé, para fazerem parte da “comitiva” animal, que Deus
lhe havia recomendado Noé para lá enfiar, com o objectivo de repovoar a Terra
no fim da catástrofe provocada por uma abundância pluvial durante uma
quarentena bíblica decretada por Ele, como castigo Divino, porque, “naquele tempo”, a humanidade se comportava
muito mal – hoje é um assombro! Vamos de mal a pior.
Também nunca me tinha passado pela cachimómia, a existência de famelgas em
que a soma dos traseiros do seu agregado familiar ultrapassasse a superfície,
quiçá ilimitada, da leviandade do seu raciocínio, a observar pela rápida ausência
deste bem “precioso” – para alguns - das prateleiras dos hipermercados.
Para grande consternação minha, muitos, com
falta de conhecimentos da história, desconhecem que aqui há sessenta ou setenta
anos, no tempo em que o analfabetismo fazia parte de uma realidade, a “plebe”,
mesmo com uma ignorância acentuada - até os mais doutos - tinha por hábito
“obrigar” o cú a ler as notícias derradeiras, inseridas num bocadinho de jornal
amarelecido pelo tempo e conseguiam sobreviver e disseminar a sua prole, cujas
ramificações se têm propagado até à actualidade. Mas, gente fina é outra coisa.
O PH,
substituto dos tais resquícios de jornal, da folha de couve, do folhedo da
espiga de milho e mais tardiamente, dos bocados de papel de sacos de cimento, é
muito mais acetinado, mais confortável, mais prático e consegue acumular
diversas funções, para além da higienização dos traseiros: limpar vidros,
enxugar as mãos, fazer de mata-borrão, servir de guardanapo e até, em momentos
de lascívia, embrulhar e arremessar para o “lixo” uma série de filhos-da-mãe
que não são desejados - naturalmente porque já cá existem muitos.
A versatilidade do PH
é realmente bastante ampla, dependendo, como é compreensível, do poder
inventivo de cada “abóbora”.
Como podemos ver, as funções do PH
são tão diversificadas, que é natural e justificável, que algumas mioleiras com
a densidade da sua massa cinzenta equivalente à do referido papel, optem, no decorrer
de uma crise endémica como a que está a ocorrer, pelo seu açambarcamento, sem
pensar no resto da comunidade.
“Não deixo de não lhes dar razão”.
Mas para esses, se o “stok” lhes terminar antes do tempo conjecturado, teimo em deixar-lhes
aqui um conselho que lhes pode ser proficiente e económico: recorram à
utilização de urtigas - estamos no tempo delas – que além de higienizarem com
eficácia, devido ao seu poder urticante, também avivam a memória e lembram-lhes
de que não olhem só para o vosso umbigo. Existem mais pessoas na comunidade.
António
Figueiredo e Silva
Coimbra,
16/03/2020
Obs:
Faço
por não usar o AO90
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