“A
religião do futuro será cósmica e transcenderá
um Deus pessoal, evitando os dogmas e a
teologia”.
(Albert
Einstein)
A
FALÊNCIA NA CONSCIÊNCIA DO *HOMEM
Há
longos anos que me venho a interrogar sobre esta questão, que apesar de estar
concavada num impenetrável mistério, os estudos teológicos, feitos pelo Homem
quanto à realidade da existência de Deus, são divergentes, mesmo entre as
diversas religiões monoteístas.
Não tenho incertezas quanto à existência
de uma Entidade Poderosa e Universal, a que os crentes – como eu – titulam de
Deus. Não obstando, contudo, que entre os mesmos crentes não possam existir
formas dissemelhantes a povoar-lhes a sua imaginação quanto à Sua misteriosa
imagem.
Evidenciado como metáfora, a descrição bíblica
da separação das águas do Mar Vermelho, façamos de conta que, de um lado das
águas ficou o Deus do Homem, o Deus interesseiro; do lado oposto o Deus
Universal, o Deus Cósmico, que tudo criou, tudo coordena, com precisão matemática
infinita. Só assim, consigo alcançar a suprema existência de Deus, como uma
Força Cósmica que tudo cria e tudo domina.
Porém, é-me dado observar que a Ciência
não se harmoniza absolutamente com a Teologia; enquanto a primeira se alicerça
em factos rigorosamente confirmados, obtidos com recurso a exaustivas
investigações e cálculos, a segunda, apesar talentosa também, é apenas
imaginativa e lavra na escuridão enigmática do subjectivismo. Na minha maneira
de ver, é consequente desta subjectividade exotérica, o conceito do Deus do
Homem, que “possibilita” que em Seu nome alguns seres humanos possam cometer e
justificar todas as barbaridades que ao longo dos tempos têm vindo a ser
historiografadas e aquelas que, actual e diariamente, ressaltam bem de frente
os nossos sentidos.
Agora, com a deflagração desta crise
epidémica provocada pelo COVID-19 que, de freio dos dentes, está a atravessar
todo o planêta, penso acabei por concluir que existem realmente dois “Deuses”;
um dos homens, e, na “realidade”, um Deus Universal, que, imaculado quaisquer
ambições, a todos os seres estende a Sua Mão Divina, sem distinção de raças,
credos ou lugares.
Toda esta cantilena porquê?
Porque o “Deus” do Homem, é interesseiro,
manhoso, ambicioso, açambarcador, falso, usurpador, malévolo, exasperado,
castigador, odioso e provocador da instabilidade.
O Deus Universal é o contraditório do “Deus”
do Homem; apesar da Sua omnipotência, Ele é indulgente e misericordioso; Ele
não semeia; Ele é, paz e amor que reina no “coração” de todo o Homem de boa fé –
é evidente que nem todo o Homem é de boa-fé; este tem outro “Deus” só dele; uma
“Divindade” particular, que lhe justifica todo o mal provocado pela sua má-fé.
Como tal, existe o Deus do Bem e o “Deus”
do Mal.
A loucura egocêntrica dos “Homem”, têm-no conduzido
à adoração de um Deus, e, nos seus propósitos, à utilização de outro “Deus”; o “Deus”
pessoal. Só deste modo se compreende o estado caótico e desigual em que o Mundo
se encontra.
Quero com isto dizer, que, enquanto o
Homem for dotado de “barriga e apetite” insaciável, ambição sequiosa do ter e
do poder e olhar com “majestosa” indiferença para a miséria que, a olhos
vistos, domina a maior parte das criaturas na Terra, é sem dúvida adorador do “Deus”
particular. Ele existe. É o “Deus” do Mal.
É este “Deus” que mais tem subjugado a
população mais desprotegida da Terra. Se esta “Divindade” não existisse, isto
seria o “Paraíso”.
Chego a meditar, se a Grande Inteligência
Universal, Deus, não deverá sentir-se arrependido por haver criado ser Humano,
por este deixar-se contaminar pela falência cerebral e não fazer aquilo que
pode, e, por somítico estado endógeno, remediar o seu dever, com um naco do que
“devia”, mas… para não manifestar ingratidão e salvar a decência na forma do
agradecimento, “a cavalo dado não se olha
o dente”.
António Figueiredo e Silva
Coimbra, 25/03/2020
http://antoniofsilva.blogspot.com/
*Quando
rfiro o “Homem”, quero
referir-me a toda a Humanidade.
Nota:
Ainda
não subscrevo o AO90
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