Quem não tem
inteligência para criar,
tem
de ter coragem para copiar.
(Rolim
Amaro)
O
plágio simples, é em si mesmo, um débil
instrumento de recurso, mas “remedeia”.
(A.
Figueiredo)
FRASES
EM “PACOTE”
Antes
da “trovoada”, pretendo sobreavisar aqueles que sorvem, ou detestam, o meu modo
de raciocinar; para uns bem, para outros, péssimo; para mim estou-me nas
tintas, pois sou o que sou e não quero ser outra coisa. Mas, pegando o fio à
meada, quero tão só informar que não é minha intenção menosprezar as expressões
dos grandes pensadores, nem quem delas se serve por motivos intuitivos, (eu
próprio o faço), porém entrelaçar algumas achegas, que podem ser pouco abonatórias,
para quem veste essa fatiota vocabular, sem dar conta de que a doutrina emanada
por essa vestimenta lhes assenta primorosamente. Acham piada, lógica ou infundada,
e catapultam para cá para fora as ditas frases soltas, desamparadas qualquer
propósito – penso – a não ser o de se vitimizarem, numa tentativa de empurrarem
para a sociedade o resultado do seu insucesso, quando elas próprias foram os
coveiros do seu êxito.
Para algumas criaturas, tornou-se virusal e
até mesmo ridículo, o viciante recurso a frases criadas nas cabeças de alguns
pensadores, nas quais elas se identificam plenamente, e muitas vezes não
consubstanciam elas próprias, as virtudes da realidade delas emanada. Postam-nas
somente como resultado de num desalento. Um grito de cisne.
É evidente que os pensamentos dos grandes
cérebros contribuem muito para a aprendizagem e lapidação intelectual do ser
humano, e ministram a postura da sua vivência em sociedade, para o bem ou para
o mal, dependendo, em grande parte, da sua construção genética, que é
fundamental. Por muito bom que seja o padeiro, não consegue fazer pão sem
côdea. É essencial.
A questão, não está em fazer uso das
frases pensadas por outros, mas sim em desenvolver doutrinas emanadas dessas
mesmas expressões, que amadureceram, sabe-se lá quantos dias ou anos, até serem
expostas pelos mais diversos meios de comunicação, tendo como principais
artérias veiculares, a palavra escrita ou oralizada. O dilema reside sim, em
ter capacidade para conceber uma tese, onde essas locuções possam encaixar-se e
consigam cintilar com toda a sua resplandecência doutrinal. Aqui sim.
Caricato, e até mesmo risível, é que,
existem criaturas que seguram essas frases, mesmo contendo equívocos de
constucção linguística, e vindas de sociedades com usos e costumes distintos,
com as quais, a coberto de uma ignorância nata, implicitamente pretendem
fundir-se, para as usarem como de “balas de canhão”, com o intento de as arremessarem
aos outros, desconhecendo, no entanto, que as “ameixas” vão acertar num alvo
diferente, consequência do seu ricochete, porque a fraqueza de espírito abalroou
os cálculos – elas próprias.
Estas pessoas não são mais do que meras repetidoras
de conceitos e não se limitam ao seu uso, mas ao abuso da tendência. Como de
sua criação, nada consta, esquadrinham frases, que eu, com alguma ironia, apelido
de… frases empacotadas; contudo, sem retirar, o valor devido à matéria filosófica,
fruto da intelecção dos seus autores, que na realidade confere a áurea anímica
às mesmas.
Por gostar de uma boa frase a harmonizar
com uma dissertação, digo: não sou apreciador de “glutões e gastadores falidos”,
de frases empacotadas. Daqui reside o título do artigo em menção.
FRASES EM “PACOTE”.
António Figueiredo e Silva
Coimbra, 22/09/2019
www.antoniofsilva.blogspot.com
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