sexta-feira, 16 de agosto de 2019

"OVOS" DE PARDAL


“Ninguém deixa de morrer só
porque os coveiros fazem greve”.
(Saint-Clair Mello)

“Mas se não houver quem se prontifique
 a fazer os serviços por eles, ficam os
cadáveres a contaminar toda a Terra”.
(A. Figueiredo)


“OVOS” DE PARDAL
(Preconização da seca dos carburantes)

Que vaticínio mais funesto! Mais ameaçador!
Qual Zandinga, qual professor Kabonga, – criação do escultor de António Valente -, qual espiritualista Mamadu Batepapo, qual carapuça?! Oráculo como este, não voltaremos a descobrir pela certa. Que eu sinta, nenhum dos adivinhos de Oráculo de Delfos, na antiga Grécia, se poderia comparar, se hoje existisse, a esta figura, cujas predições – para quem acredita – são como: “Trigo Limpo, Farinha Amparo” – lembram-se desta?
“Isto já está a ser mesmo uma seca”.
Ainda não consegui compreender, como é que um indivíduo, causídico de profissão, se arvorou em sindicalista sem se quer pertencer à profissão em causa, e, artilhado de colossal ladainha, consegue converter “meia dúzia de seguidores” e construir um pequenino bloco fumegante de revolta, que raivosamente luta contra o Governo de um país.
Eu sei que David venceu Golias, mas, bíblicamente, todas as analogias e parábolas são possíveis; mas um “Pardal vencer um Governo!?
 Aqui, as coisas não funcionam da mesma maneira por tratar-se de uma realidade de factos, que, se o Governo não põe cobro imediato a esta “bagunça” podem na verdade, emergir problemas perigosos, não só para a passarada catequizada, como para toda a comunidade portuguesa. Contudo, há sempre que ter em conta que a greve é um direito, sim, mas não uma obrigação; como tal, é dever do Governo “lembrar” os “democratas” líderes das greves, que obrigar alguém a trabalhar quando o não deseje, é uma forma encapotada, ou mesmo exemplar, de indubitável ditadura.
No entanto, para tudo existe um limite, e, pela minha análise, que até pode estar errada, sinto que esse limite já ultrapassou o limite da condescendência.
Compreendo, como é natural (?), que por questões tachistas e oligárquicas, há quem não queira chamuscar a côr da sua roupagem partidária e sufocar as suas próprias ambições, até agora desmedidas, tendo em conta que o sufrágio eleitoral está à porta, mas a ocasião não é para menos.
O Governo (de passarões), vai ter de partir os ovos desta pardalada para desmistificar a profecia transpirada, que mais se assemelha a uma maldição que remonta a mais de cinco mil anos, emanada dos reinados faraónicos.
Isto que acabei de proferir, também não deixa de não constituir, mesmo a brincar, uma advertência, e faço questão em repisar o aviso: cuidado com a eclosão dos ovos de pardal.
 “Quem avisa, amigo é”.

António Figueiredo e Silva
Coimbra, 16/07/2019


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