quarta-feira, 10 de julho de 2019

A FAMÍLIA


No dia em que a tua família deixar de estar em
primeiro lugar na tua vida… volta atrás,
porque te enganaste no caminho.
(Autor desconhecido)

A FAMÍLIA

Hoje, atacado por uma “embriaguez” cerebral, deu-me na moca dissertar sobre o conceito de família, que nos tempos que correm tem andado pelas ruas da amargura.
Esta não representa mais do que um grupo social, interligado pelos valores genéticos, tendo como factor principal a estima, que tem um peso muito acentuado na ligação entre os indivíduos do mesmo clã - é comum a sociedade proferir, que o mesmo sangue lhes corre nas veias.
Não é de todo inverdade que entre elementos pertencentes à mesma estrutura clânica, não possam existir conflitos, como embirrações, desconfianças, cobiça e até uma determinada rivalidade encapotada, que com alguma boa vontade e mútua compreensão, podem ser ultrapassados. Catalogo esta condição parental de: “Estado da Hipocrisia Afectiva do ADN”.
Porém, também não deixa de não ser verdade que as criaturas da mesma ascendência, na sua maioria, reconhecem os defeitos e as virtudes entre dos seus elementos; contudo, perante a comunidade, em acérrima defesa dos laços genealógicos que os une e em pleno uso deste EHAADN, garantem, recorrendo por vezes a patéticos ou agressivos comentários, que com algum azar, podem ser ridículos e sem credibilidade, a unidade, estabilidade e honra familiares, por muitos defeitos que a mesma possa conter. Isto é normal, natural, compreensível e tolerável.
A linhagem, por assim dizer é a acção catalisadora que solidifica a robustez na ligação da família, e o conjunto de famílias fazem uma pátria, uma nação.
Para cada família existe em termos normais e nas nossas práticas, o sistema patriarcal, no qual sobressai um “chefe”, que deve primar pelos exemplos, tidos como uma cartilha doutrinal, que devem ser seguidos pelos seus descendentes, quando alguns não degeneram, como pode acontecer – uma boa árvore também pode dar alguns frutos de má qualidade, e vice-versa.
Mas não deixo de dizer, que considero o bom exemplo como a melhor lição que se materializa no fertilizante necessário à conduta moral e ética do indivíduo perante a sociedade, na qual está inserido; sendo que essa mesma sociedade é, incontestavelmente, a alma nobre ou degradada do país onde está introduzida.
O que tem entrado em carência no aglomerado populacional em relação ao sentido que tenho de família; no nosso (país) é precisamente a falta de bons exemplos, não só no seio familiar, mas a todos os escalões colectivos. Essa é a razão principal, de não temos tido governos de credibilidade certificada; de haver filhos que desconhecem a sua paternidade; outros que sofrem porque o seu progenitor finge estar presente, mas tão só se limita a posturas fingidas, que garantem as mais duras críticas por parte da comunidade e da família. Neste caso, são progenitores que não deviam tê-lo sido, porque mostram uma coisa e são outra, agindo com atitudes desidratadas de franqueza, com as quais tentam falsear o seu real, porém apodrido, estado comportamental, cuja factura um dia irão pagar.
Numa família exemplar, cada membro deve ter uma noção ampla seu papel perante os valores de ética, moral e comunidade, pelos quais deve empenhar-se com obstinação, e primar no exercício dos mesmos, que, para a harmonia e unidade da parentela, são a espinha dorsal da sua união, procedendo desta, a credibilidade de um povo perante a sociedade e o mundo.
É sabido que, quando sobrevêm ataques sociais, cuja avidez é especialista em critica, por norma maledicente, sarcástica e depreciativa, quando infortúnio atinge uns, antes de bater à porta de outros, este requisito de parentalidade, (Estado de Hipocrisia Afectiva do ADN), é assiduamente utilizado na defesa dos nossos, mesmo reconhecendo os seus defeitos no seio familiar. Isto é uma condição natural, que deve ser compreendida por todos.
Para encerrar esta breve narração cito uma menção de Martinho Lutero, pela abrangente lição que dela se pode tirar:  
 “A família é a fonte da desgraça e da prosperidade entre os povos”.
E acrescento: mais da desgraça do que de prosperidade, porque as cabeças não têm juízo.

António Figueiredo e Silva
Coimbra, 10/07/2019

Lamento:
Ainda não uso as regras do
 Novo Acordo Ortográfico.





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