terça-feira, 18 de junho de 2019

QUESTÃO PERTINENTE СООТВЕТСТВУЮЩИЙ ВОПРОС


Os sete pecados capitais responsáveis pelas injustiças
 sociais são: riqueza sem trabalho; prazeres sem consciências;
 conhecimento sem sabedoria; comércio sem moral;
política sem idealismo; religião sem sacrifício e
ciência sem humanismo.
(Mahatma Gandhi)

Mas para cada um, há uma motivação:
Corrupção, roubo ou escravatura; egocentrismo
 insalubre; ignorância profunda; sofreguidão
compulsiva; realidade distorcida;
ausência de fé e materialismo em primeiro plano.
(A. Figueiredo)


QUESTÃO PERTINENTE
СООТВЕТСТВУЮЩИЙ ВОПРОС
RELEVANT QUESTION
Relevante Frage


Começo por arengar que a injustiça social reinante no Mundo, é a responsável pela pobreza que em passo acelerado o tem vindo a miná-lo, galgando todos os princípios da ciência do dever, e da educação. Lamentavelmente Portugal não escapou a essa pandemia.
Face às mais “disparatadas e impensáveis” razões que passam no firmamento noticioso e aos angustiantes lamentos, súplicas e críticas revoltadas que ouço no meu dia-a-dia, não consigo deixar de questionar o que muita da escumalha do topo do monte, naturalmente não gostará de ouvir:
“O que é feito da justiça”?
Essa “justiça”, cujo lugar foi invadido pela injustiça, que paulatinamente tem consentido a degradação deste país, deportando-o compulsivamente para a carência e para o desânimo, ao facultar por “esquecimento”, o “abono” a enriquecimentos fraudulentos construídos na escuridão de falcatruas, corrupção e forte repressão esclavagista, que têm andado com a rédea solta por falta de competência e firmeza dos “marujos” que orientam a esta Arca de Noé.
Por estas condicionantes, sinto que “tripulação” se tem ausentado do controlo da barcaça, permitido que a justiça social não seja aplicada com a celeridade, eficácia e a imparcialidade que lhe são devidas, dando origem a uma proliferação exploratória sem fronteiras, que coage os servos a alimentarem as ganâncias e as libertinagens dos seus “senhores”, sem que lhes ser dado sequer, o direito de questionar.
Não duvido da existência da justiça, porquanto alguma tem sido feita; mas não o bastante para endireitar as mentes “inconscientes e cegas”, enfermas de instintos açambarcadores daquilo que não lhes pertence, permitindo ainda aos seus manhosos inquilinos, desculparem-se sob esfarrapadas escusas, legitimadas com os mais ardilosos e incredíveis considerandos, que, por entre os pratos balança e o fio da espada, lei vendada, tem deixado passar impunemente.
Tem existido uma disparidade consensual na forma da sua aplicação; esta tem variado, não em função do crime cometido, mas de acordo com a posição social que ocupa quem o praticou. Já sei que humanamente somos todos desiguais, porém, perante a lei, essa dissemelhança deve volatilizar-se; se assim não for, então, alguma coisa está errada.
Não encontro uma razão lógica, para a verdade seja a condenada e a mentira purificada. Algo está invertido. É certo que não e não me compete pronunciar sobre tão delicado assunto, conquanto que me sinta no dever de alertar quem de direito, para esta situação que não é nenhuma quimera.
Como pode isto acontecer?
Não são os preceitos (por vezes mal elaborados e mal aplicados), e os decretos, (dos quais podem resultar punições) que podem conduzir um povo à ordem e ao progresso. Não. A sociedade (arria-miúda), faz por cumprir as normas por mêdo das consequências do castigo e nada mais, resultando daqui que em cada indivíduo exista um revoltado. Mas estou crente de que o princípio fundamental para orientar uma comunidade é o exemplo. Conquanto que o padrão deve partir de cima (o que não tem acontecido), para que cada elemento da sociedade o interiorize e possa sentir envergonha de si próprio quando prevarica; isto induz os elementos de uma comunidade a comportarem-se ordeiramente.
Mas, lastimando a ausência de paradigmas e face à “prodigalidade” da lei, quero aqui citar uma frase bíblica que assenta com perfeição na realidade dos nossos dias:

“O rico comete uma injustiça e ainda se mostra altivo;
o pobre é injustiçado e ainda precisa de se desculpar”.
(Eclesiástico 13.3)

Tenho quase a certeza de que esta realidade corrompida, um dia acabará por capitular; assim as pessoas tomem consciência do que significam, do que pretendem e se unam. Se a pulhice não findar, pelo menos ficará mais restringida.
Tenho dito.

António Figueiredo e Silva
Coimbra,18/06/2019

Nota: Continuo resistente ao
Novo Acordo Ortográfico.






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