Os sete pecados capitais
responsáveis pelas injustiças
sociais são: riqueza sem trabalho; prazeres
sem consciências;
conhecimento sem sabedoria; comércio sem
moral;
política sem
idealismo; religião sem sacrifício e
ciência sem
humanismo.
(Mahatma Gandhi)
Mas para
cada um, há uma motivação:
Corrupção,
roubo ou escravatura; egocentrismo
insalubre; ignorância profunda; sofreguidão
compulsiva; realidade
distorcida;
ausência de
fé e materialismo em primeiro plano.
(A. Figueiredo)
QUESTÃO
PERTINENTE
СООТВЕТСТВУЮЩИЙ
ВОПРОС
RELEVANT
QUESTION
Relevante
Frage
Face às mais “disparatadas e impensáveis” razões que
passam no firmamento noticioso e aos angustiantes lamentos, súplicas e críticas
revoltadas que ouço no meu dia-a-dia, não consigo deixar de questionar o que
muita da escumalha do topo do monte, naturalmente não gostará de ouvir:
“O que é
feito da justiça”?
Essa “justiça”, cujo lugar foi invadido pela injustiça,
que paulatinamente tem consentido a degradação deste país, deportando-o
compulsivamente para a carência e para o desânimo, ao facultar por “esquecimento”,
o “abono” a enriquecimentos fraudulentos construídos na escuridão de
falcatruas, corrupção e forte repressão esclavagista, que têm andado com a rédea
solta por falta de competência e firmeza dos
“marujos” que orientam a esta
Arca de Noé.
Por estas condicionantes, sinto que “tripulação” se
tem ausentado do controlo da barcaça, permitido que a justiça social não seja
aplicada com a celeridade, eficácia e a imparcialidade que lhe são devidas,
dando origem a uma proliferação exploratória sem fronteiras, que coage os servos
a alimentarem as ganâncias e as libertinagens dos seus “senhores”, sem que lhes
ser dado sequer, o direito de questionar.
Não duvido da existência da justiça, porquanto alguma
tem sido feita; mas não o bastante para endireitar as mentes “inconscientes e
cegas”, enfermas de instintos açambarcadores daquilo que não lhes pertence,
permitindo ainda aos seus manhosos inquilinos, desculparem-se sob esfarrapadas
escusas, legitimadas com os mais ardilosos e incredíveis considerandos, que, por
entre os pratos balança e o fio da espada, lei vendada, tem deixado passar
impunemente.
Tem existido uma disparidade consensual na forma da
sua aplicação; esta tem variado, não em função do crime cometido, mas de acordo
com a posição social que ocupa quem o praticou. Já sei que humanamente somos
todos desiguais, porém, perante a lei, essa dissemelhança deve volatilizar-se;
se assim não for, então, alguma coisa está errada.
Não encontro uma razão lógica, para a verdade seja a
condenada e a mentira purificada. Algo está invertido. É certo que não e não me
compete pronunciar sobre tão delicado assunto, conquanto que me sinta no dever
de alertar quem de direito, para esta situação que não é nenhuma quimera.
Como pode
isto acontecer?
Não são os preceitos (por vezes mal elaborados e mal aplicados),
e os decretos, (dos quais podem resultar punições) que podem conduzir um povo à
ordem e ao progresso. Não. A sociedade (arria-miúda), faz por cumprir as normas
por mêdo das consequências do castigo e nada mais, resultando daqui que em cada
indivíduo exista um revoltado. Mas estou crente de que o princípio fundamental
para orientar uma comunidade é o exemplo. Conquanto que o padrão deve partir de
cima (o que não tem acontecido), para que cada elemento da sociedade o
interiorize e possa sentir envergonha de si próprio quando prevarica; isto
induz os elementos de uma comunidade a comportarem-se ordeiramente.
Mas, lastimando a ausência de paradigmas e face à “prodigalidade”
da lei, quero aqui citar uma frase bíblica que assenta com perfeição na
realidade dos nossos dias:
“O rico
comete uma injustiça e ainda se mostra altivo;
o pobre é
injustiçado e ainda precisa de se desculpar”.
(Eclesiástico
13.3)
Tenho quase a certeza de que esta realidade corrompida,
um dia acabará por capitular; assim as pessoas tomem consciência do que
significam, do que pretendem e se unam. Se a pulhice não findar, pelo menos
ficará mais restringida.
Tenho dito.
António Figueiredo e Silva
Coimbra,18/06/2019
Nota:
Continuo resistente ao
Novo Acordo
Ortográfico.
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