A democracia
muitas vezes significa o poder
nas mãos de uma maioria incompetente.
(George
Bernard Shaw)
“AS
FALHAS”
"THE
FAULTS"
"НЕДОСТАТКИ"
"DIE
FEHLER"
“Todos
falhámos”.
Todos quem?
Quando eu falho perante os meus deveres, não
existem contemplações perante as minhas falhas, sejam elas por negligência,
burrice, falta de competência ou intencionadas.
É a partir deste princípio que me pode ser
penhorado tudo o que tenho, desde a reforma, à modesta habitação (se a tiver), passando
pela deteriorada carripana, até à ultima galinha; se nada possuir de material
para saldar as minhas falhas, ser-me-á cerceada a liberdade de circulação por
algum tempo, onde passarei a ver o sol aos quadradinhos. E estas punições pedem
ser decretadas a qualquer hora e em qualquer lado; até nas auto-estradas.
É certo que “todos falhámos”
e continuamos a falhar, mas uns mais do que outros; mas também é certo, que nem
“todos pagámos”, ou continuamos a pagar, por termos errado; porque as regras do
dever em “débito”, não são aplicadas com a imparcialidade devida; se o fossem,
o país onde vivemos, ou fazemos por sobreviver, não estaria numa situação tão
precária, ao ponto de se ver obrigado estender a mão à Europa para mendigar aos
agiotas e exploradores financeiros, uma grande fatia do pão nosso de cada dia,
que tem de ser pago por muitos daqueles que pertencem ao grupo do “nunca
falhámos”.
Em Portugal só são permitidas as falhas a
alguns. Estes têm actuado e continuam a actuar sem freio, em campo livre, sob a
isenção quaisquer responsabilidades pelos fracassos cometidos, mesmo que estes
obedeçam a uma constante repetição.
“Todos falhámos”. Claro!?
É sabido que “errar é humano”, mas cair em
erros consecutivos, é sinónimo de burrice, incompetência ou masoquismo. Ou não
se sabe o que se anda a fazer, ou não se tem capacidade para o que se faz, ou
então aprecia a auto-flagelação psicológica. Não vejo outras razões, apesar de
não questionar a probabilidade da sua existência, porque a minha mentalidade é
curta.
“Todos nós falhámos”. É
verdade.
Contudo, verifico que também há aqui uma cumplicidade
no “todos
falhámos”, que não vou deixar por mãos alheias: uns falharam nas
escolhas, outros falharam nas obrigações. Os que por ignorância ou ideologia,
falharam na selecção, são tristemente aqueles que vão pagar pelos erros
daqueles que não cumpriram com o dever.
Será isto justo?
Mas aqui é que reside ainda, a questão
mais revoltante dos resultados das falhas cometidas; por que hei de ser eu a
tapar os buracos das falhas que não foram abertas por mim?
Quem poderá responder a
esta questão, é o “notável, experiente e magnânimo”, Sr.
Professor Doutor Fernando Teixeira dos Santos.
Ele sabe – e eu
conjecturo.
António Figueiredo e Silva
Coimbra, 20/06/2019
Advertência: Não concordo com o
Novo
Acordo Ortográfico.
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