domingo, 9 de junho de 2019

"ACTUAÇÃO CIRCENSE"


Não basta dirigires-te ao rio com a intenção de
 pescar peixes; é preciso levares também a rede.
(Provérbio Chinês)

“ACTUAÇÃO CIRCENSE”
(“Esta é p’ra rir!” Fartos de chorar, estamos nós.)

Não consigo encapotar o meu contentamento por saber que Portugal é um país onde proliferam grandes artistas, cujo talento julgo ser digno de actuação na arena do “Cirque du Soleil”, onde chove a mais fina nata mundial da arte circense.
É com estes talentos sui generis, estimulados por pessoas amantes da diversão, que conseguem no seu natural jejum intelectual, transformar uma “coragem alienada” numa paródia séria, mas  “ridícula”, que impelem a nossa fama a fazer uma viagem de “circo-navegação” numa exaustiva demonstração, que considero burlesca, da fraqueza de espírito dos portugueses; não de todos, como é evidente, mas em número suficiente para ajudar ao achincalhamento da nossa maneira de ser, que no exterior já não é muito abonada no que concerne à fraqueza de espírito.
Ora então aí temos o partido RIR, (Reagir, Incluir e Reciclar) liderado pelo Sr. Vitorino Francisco da Rocha e Silva, mais conhecido pelo cognome, TINO DE RANS, a mais insigne, “inteligente” e desinibida figura do concelho de Penafiel, nascida e criada na freguesia de Rans, dali herdando a sua mui nobre e austera titulatura.
Com forte amor à terra, - não duvido -, atirou-se de cabeça para tourada política, numa demonstração corajosa de que para governar este país, qualquer “camponês” serve, conquanto que diga duas lérias para a caixa. Perante todas as borradas que têm sido cometidas, não posso deixar de atribuir-lhe a razão justa que lhe é meritória.
E porque ninguém reage mesmo quando as estructuras regulamentares que regem os deveres e os direitos, não funcionam sincronicamente e com igualdade plena, excluindo dessa paridade os mais fracos, o Tino de Rans, vai encarnar a figura de Robin dos Bosques e promover a reciclagem todas as componentes da estratégia política portuguesa, no que diz respeito a todo sistema legislativo e sua consequente aplicação, com justiça igual todos os cidadãos, não excluindo estender essa paridade a todos os corruptos, vigaristas e ladrões, como tem vindo a ser feito até agora.
Bem-haja este “cavaleiro” sem montada, que, não sendo como os da Távola Redonda, a eles se assemelha, pela sua coragem desvairada que com afinco jurou, ao propor-se travar uma renhida batalha com os seus próprios sonhos. Bem-haja.
Nas últimas eleições presidenciais, tive a oportunidade e o prazer de, perante as suas argumentações, ainda que submetidas uma notável tartamudez, reconhecer que é um verdadeiro “lavrador político” que se prontificou a agarrar na rabiça e proceder à condução da aiveca do arado que sulca o terreno incerto, escorregadio e de textura duvidosa, da nossa complicada, polémica e imprestável política.
Um infatigável homem da terra, que corajosamente trocou o seu martelo de calceteiro com a ajuda do qual movia pedras pequenas, para se dedicar cegamente a mover “montanhas” e a endireitar e aplainar os caminhos da responsabilidade e da rectidão, que no seu tosco entender, estão tortos e repletos de sulcos – e tem toda a razão; é cada um!  
 Apesar da força de vontade que o anima ser enorme, e os seus “rudimentares” conhecimentos politiqueiros se situarem abaixo do aceitável, ele, a meu ver, é um herói! E como todos os heróis, também não pensa na alhada que se vai meter, mas está certo; os portugueses sentem necessidade de se alegrarem e esta é uma das habilidades que apesar do insólito, é bastante atraente e consegue derreter a nostalgia e minorar a infelicidade do povo português, por mais “enfezado” que seja o seu (dele) entendimento
Mesmo sendo p’ra rir, é de levar a sério; isto porque, os que pertencem ao Governo, apenas se governam a si próprios e a sua “prole”, enquanto que os que governam o Governo e atulham também as algibeiras, estão fora dele – aparentemente.
É uma espécie de marionetismo em que os fios de dominação se resumem a um meticuloso entrançamento, constituído por pagamentos de favores, amizades interesseiras e laços de ascendência e claro está, unidos pela ganância voraz entre si.
Como tal, é suposto que qualquer “lavrador” possa ser um “bom” governante”.
Venha o “RIR” (Reagir Incluir e Reciclar).
VIVA O TINO! – com ou sem redes.

António Figueiredo e Silva
Coimbra, 09/06/2019

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