quarta-feira, 26 de junho de 2019

A FALÁCIA



1 - “Nunca tivemos tantos médicos e enfermeiros no SNS”.
2 – “Eu tenho a certeza de uma coisa: o Serviço Nacional
de Saúde, hoje, é melhor do que era em 2015.
Não tenho nenhuma dúvida”.  
(Mário Centeno, Ministro da Economia)

A FALÁCIA

Sem ousar duvidar um “cagagéssimo” se quer, das concisas e sapientes afirmações do Sr. Ministro da Economia, por razões que não consigo justificar, veio-me à “lembradura” redigir esta crónica sobre a falácia, que, embora fugindo à profundidade dos meus conhecimentos, vou tentar contruí-la da melhor forma que o meu entendimento me consentir.
Para dar cabeça à mesma, vou iniciar com um excerto de um texto bíblico, pela filosofia que o facto contém.
Voltando-Se, o Senhor fixou os olhos em Pedro, e Pedro recordou-se da palavra do Senhor, quando lhe disse:
"Antes de o galo cantar, negar-Me-ás três vezes".
E isto aconteceu.
A falácia existia já antes de Jesus Cristo ter nascido. Penso que desde o aparecimento dos dois primeiros seres humanos, porque só um não teria a quem, nem porque mentir.
O certo é que parece que esta maneira de falar “verdade iludindo”, transformou-se num vicio para alguns, os chamados mitómanos, que até acreditam nas mentiras que proferem, e numa imperativa necessidade para outros, os titulados de oportunistas que, mesmo sabendo que estão a aldrabar, dá-lhes jeito, na medida em que a mentira, apesar de não lhe tapar bem as fendas, vai-lhe remendando os buracos.
Esta arte, mais antiga do que o cagar dos cães, modernamente tem atingido um progresso de inimaginável magnitude, porque a necessidade a isso obriga, como uma forma divertida e sorridente de transmitir a transmutação de uma realidade falida, numa verdade utópica, oca de conteúdo, porém com o propósito de convencer elementos pertencentes a determinada casta em que intelecto é sofrível, para não dizer, deplorável.
Remontando à filosofia aristotélica, o seu criador, Aristóteles, mencionou a falácia mais ou menos, nestes termos: um sofisma; um raciocínio errado que tenta furar a razão como verdadeiro, usado para enganar mentes fracas ou que se situem na corda bamba da indecisão.
É utilizada, como é costume dizer-se, para tapar os olhos a quem os tem abertos, criando-lhe uma visão cor-de-rosa, num esforço, por vezes conseguido, de bloquear o fundo escuro da realidade. Resume-se como um raciocínio fundamentado numa objecção manifesta, porém, com o intuído de defender algo, cuja realidade não está congruente.
É uma maneira muito engraçada, - quando não cai em desgraça -, utilizada com abundante frequência na política como muleta filosófica, para dizer o que não se sente, asseverar o que não se vê e substituir a realidade daquilo que se pensa, ou até mesmo, que se sabe; actua como uma protecção, ainda que translúcida, para cobrir a ineficácia e a incompetência daqueles que “beneficiam” destas duas particularidades, que no mundo de hoje, reflectem cada vez mais, as insígnias do sucesso, por muito obscuro que este possa ter sido.
Daqui resulta a forma frequente, ou mesmo, viciante, da sua utilização.
A FALÁCIA.

António Figueiredo e Silva
Coimbra,26/06/2019

Agradecimentos:
A Jesus Cristo, de ascendência judaica, Pregador da Moral para o entendimento entre os Homens de boa-fé.
A Aristóteles, conceituado filósofo grego, cujas cogitações ainda hoje são estudadas.
 A Mário Centeno, português de gema e Ministro da Economia, por ter iluminado a minha mente para a matéria em causa.
Pelo contributo concedido, para que eu pudesse ter edificado esta “deslumbrante” “história”, quero aqui deixar expressa a minha mais sincera gratidão.

(A.   Figueiredo)


Sem comentários:

Enviar um comentário