Uma desculpa é
pior e mais terrível
do que uma mentira; pois uma desculpa
é uma mentira
disfarçada.
(Alexander Pop)
“AMNÉSIA”
Como
tantos outros elementos de colossal intervenção no nosso elenco governativo, na
nossa defesa e na economia, ou enterrados a chafurdar na lama da corrupção,
promovendo, no escuro, o garimpo do filão aurífero que lhes permitiu terem uma
vida sem agruras, mas que, das mais diversas maneiras contribuíram para o
afundamento das nossas finanças e da credibilidade do nome de Portugal no Mundo,
remendam as consequências desses “propósitos” pouco abonatórios, com frases
amnésicas que só a psicanálise e os lorpas podem indulgenciar; “não me lembro”,
“não sei”, “não sabia”, “desconhecia”, “já tenho a memória fraca” etc. Também
estou a sentir que esse “maldito” achaque já chegou a minha caixa dos pirolitos.
É
verdade.
Como também não me lembro se alguma vez
escrevi sobre o não me lembrar, resolvi fazê-lo hoje, pela simples razão
daqueles que, talvez por vontade própria não se quiseram lembrar das enormes
burricadas que fizeram, me lembraram de o fazer.
O “não me lembro”, “não sei”, “desconheço”,
que eram comportamentos tidos como frequentes, devido às mais diversas reacções
do ser humano decorrentes do passar tempo ou consequência de enfermidade,
transformaram-se actualmente numa tendência abusiva que não tem nada a ver com
mazelas físicas, mentais ou temporais, mas servem apenas como muletas de fuga,
quando não há interesse que o conhecimento da verdade seja publicitado e a justiça
não seja feita.
Isto é que é uma grande gaita!
Também “não me lembro, ou desconheço” (?)
quando aconteceram tais trapalhadas, onde e com quem; contudo, o certo é que
têm ocorrido – de cada buraco, sai um rato. Tem sido e continua a ser, o método
mais “tolerável”, porém censurado, de esquiva às responsabilidades, quando elas
existem, na camuflagem política e não só, e o Diabo as consegue descortinar e trazê-las
a léu.
É o recurso manhoso à falta de
“lembradura” e à “ignorância”, que tem safo muitas ratazanas da nossa elite de
caca, de serem “forçados” a passar umas férias num dos famosos hotéis de Évora
ou Tomar – até nem duvido que o não sejam!? – e coagidos a devolver tudo o que
por intencional “desconhecimento” e descaradamente defraudaram.
Neste pequeno “rectângulo” situado ao um
canto da Europa, ninguém se lembra de nada, ninguém sabe de nada, e ninguém faz
nada para acabar com estes “esquecimentos” que resultam quase sempre em
indulgências tuteladas por lei.
Ainda agora acabei de escrever e já não me
lembro de nada.
Mas que puta de moléstia esta!
António Figueiredo e Silva
Coimbra, 18/005/2019
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