A força do desejo da carne,
facilmente vence
as barreiras morais do homem
insatisfeito.
(Textos Judaicos)
“ABENÇOADO”
“BLESSED”
“Блажен”
“Gesegnet”
"מבורך"
A
ser verdadeiro, fico muito feliz este acontecimento, porque, o índice de
natalidade tem andado paralítico, sem se saber bem a causa, e também por saber
que aquele homem não é requintado; tanto papa vitaminas como proteínas; é
daqueles que tanto gosta de maçãs como de carne, porém com descomunal tendência
para a nutrição à base de citrinos, à semelhança de Adão – é, “quem sai aos
seus, não degenera”.
Por outro lado, estou convencido que é
exímio no aproveitamento daquilo que muitos rejeitam. Digo isto, porque, pelo
que tenho observado anda tanta carne boa e tenra, e tanta maçã corada e
aromatizada pela frescura, em exposição nas montras da nossa sociedade e parece
que ninguém lhes passa cartuxo; dá a impressão de que essa “fruta” e essa
chicha têm menos interesse do que a
carne e fruta virtuais exibidas nos “Tablet’s”
ou nos “Smartphones”, onde
papalvos, revelando alguma alienação, se divertem, rindo solitários e se auto-fotografando,
com ar de acentuado narcisismo, numa demonstração, diria, de quem não tem os
parafusos bem afinados, ou que lhes falta reapertar algum.
O padre, coitado, certamente que não fez
mais do que sucumbir ao chamamento da Natureza que, num assomo congénito e
momentâneo, “enlouqueceu” e estimulou um derrame de robusta lascívia, numa instigação
à prova da sua virilidade, levando-o a abdicar do “pecador” jejum e da
esquisitice, que a outros, muito provavelmente contaminava. A Natureza é
surpreendente! Tem tanto e insólito como de engraçado!
Na minha óptica já mostrou ser um padre
evoluído, porque, graças ao seu sentido contabilístico, deve ter concluído que
as coisas feitas por atacado, reduzem seu custo; houve menos investimento em
mão-de-obra.
Mas, voltando à vaca fria:
“E creou Deus as bestas da terra,
segundo as suas espécies”.
E disse: “Façamos o homem à nossa
imagem e semelhança”.
E creou Deus o homem à sua imagem:
macho e fêmea Ele os creou.”
Deus abençoou, mas não se esqueceu de dizer: “Crescei
e multiplicai-vos e enchei toda a terra e dominai-a!” – pelo menos é o
que está escrito.
Naturalmente o sacerdote até pode ser um
crente fervoroso e ter tido a aparição de um Querubim ou Serafim, a recordar-lhe
as determinações religiosas há séculos instituídas, e haver-lhe comunicado: “meu filho, não estamos em época de desperdiçar
carne nem a fruta, porque a vida está pela hora da morte” – tem piada, que
até o nosso Governo sabe disso, mas não valoriza.
Como a fé move montanhas, apesar de ter a
noção de granjear grandes hipóteses de se submeter às críticas da comunidade,
seguiu a orientação da sua consciência, contribuindo deste modo para o
povoamento e domínio da terra, coisa de que muitos se têm abstido.
É por tudo isto merecedor desta apologia,
uma vez que o clérigo fez mais do que seguir o conselho das Sagradas Escrituras.,
seraficamente relembradas.
Isto, a meu ver, foi um acto de coragem
que não passa ao lado da reprovação social, mas que a Vontade Divina certamente
vai perdoar directamente, sem sequer passar pelo Purgatório – que penso estar
cá localizado, mas sem saber aonde.
Bem-haja Padre.
Abençoado seja.
António Figueiredo e Silva
Coimbra, 19/05/2019
Lembradura: Ainda não estou aderi às regras do Novo
Acordo
Ortográfico, por considerá-lo um aborto da
nossa língua.
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