Não
encaro a política como uma carreira,
nem sequer como uma profissão; encaro-a
efectivamente, como correspondência
a um dever de cidadania.
(Sá
Carneiro, 03/04/1978)
“DERRAPAIGES”
(Derrapagens)
Parece ser um malicioso princípio para
este artigo, mas, foi devido a este pequeno incidente, pelo facto de ter sido
originado por um pequeno monte de caca, que se me assomou à “lembradura” versar
sobre o montão de merda que tem surgido nas várias derrapagens económicas,
donde, após “duras” investigações, não sobrevêm responsáveis.
O Tribunal de Contas, é que tem dado conta
destas borradas, e não têm sido tão insignificantes como possamos pensar.
Estou fartinho de dizer que é muito fácil
governar o que não nos pertence, e muito mais simples se torna, quando não
subsistem quaisquer responsabilidades por uma incompetente gerência
administrativa da nossa estrutura económica.
Das duas uma: ou as nossas leis desfrutam
de um funcionamento deficiente – que é o mais certo – ou as investigações às
trapaças são travadas pela influência das variegadas cores partidárias que
voejam neste território, e, quando lhes chega a mostarda ao nariz, inventam no
mais profundo sigilo, as maneiras mais ardilosas de impedirem o seu normal
andamento – isto também é exequível.
Eu posso reflexionar tudo, o que não
poderei é divulgá-lo com a mesma facilidade.
Estas histórias das “escorregadelas”, que
têm sido muitas, não me fazem acreditar que tenham vindo a ser decorrentes de
montes de bosta – como a mim sucedeu - que apareceram pelo caminho aos seus
governadores, mas sim, provocados por amontoados de “merda” da grossa que
fizeram durante as suas administrações deficientes, zelando, não pelo bem-estar
da comunidade, mas pelos seus interesses, em detrimento desta.
A meu ver, um Estado forte não pode
administrar um povo pelas opiniões de um só partido; deve sim, adotar uma
independência absoluta, isenta de compadrios e “pagamentos” de alcavalas
àqueles que, por conveniência ardilosa, contribuíram com solidez material para
que o poder lhe fosse conferido a determinada facção partidária; se assim não
for, a maior parte do elenco está subjugada ao controlo de um poder mafioso que
vem do exterior, e isso é mau; e é mau, porque o governo não governa.
Agora pergunto, se é que ainda me é
permitido questionar – digo isto porque a censura já anda por aí em azêdo
silêncio a arreganhar as favecas: qual a razão porque aqueles que sendo
indicados, concordam e se prontificam a assumir as missões que lhes foram
confiadas, com honestidade e competência, não hão de ser responsabilizados
quando se arredam destas duas características e fazem borrada para nós expurgarmos
e mudarmos as fraldas, transferindo e impondo, das formas mais hábeis, as
consequências das responsabilidades “fracassadas”, para nós?
Se na aplicação das sanções instituídas no
código regulamentar não houvesse interferências exógenas, ai… não havia
prisões suficientes para alojar tantos malabaristas.
Aqui fica a questão e responda quem
souber.
António Figueiredo e Silva
Coimbra, 01/03/2019
Obs: ainda não fiz as pazes com
o
novo Acordo Ortográfico
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