segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

EU TAMBÉM DIGO…


DIZER
Complexa palavra de encanto
Tão semelhante ao falar
Impetuosa no entretanto…
De querer mudar!
Dizer é a força
Que quebra a onda do dia a dia.
Dizer… dá esperança!
Se algo quero falar, digo!
Falo e comento,
Por vezes lamento, mas digo!

(Zé Graça)


EU TAMBÉM DIGO…


…não sirvo para isso.
Merecer é uma coisa; mendigar o que foi merecido é outra.
Não me estou a ver pegar numa “pena” e urdir uma solicitação para esmolar uma medalha, que por mérito, direito ou gratidão, me devia ser concedida. Entendo que, no mínimo, é ridículo.
Se a arma, neste caso a Força Aérea Portuguesa, sob a qual dei o meu mais afincado contributo em tempo de paz e de guerra, entendeu que eu era merecedor de uma condecoração, porque não recorreu a um gesto de gratulação e promoveu a sua oferta sem que para isso eu tivesse de recorrer a um pedido, que entendo como um gesto de mendicidade, para a adquirir? Este “estratagema” consegue produzir turbilhões risíveis na minha cabeça aérea, que o meu carácter impetuoso, agreste e firme, não consegue debelar.
Por isso, não serei eu o mendicante.
Digo, e não lamento.

António Figueiredo e Silva
Coimbra, 18/02/2019


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