A
falta de critério é mais
destrutiva
do que o fogo.
(A.
Figueiredo)
O
EUCALIPTO
Antes
de encetar a escrevinhação sobre esta árvore actualmente tão odiada, por ser a única
culpada das catástrofes incineradoras que têm vindo a assolar o nosso território,
e o repositório de toda a raiva de toda a raiva contida nas pessoas atingidas pelos
fogos e dos interessados pelos mesmos, devo afirmar com toda a convicção, que
não sou dono de qualquer exploração “industrializada de eucaliptos”, nem nada
que a isso se assemelhe. Como tal, sou insuspeito perante o que aqui vou
dissertar, que é susceptível de “rachar” muitas cabeças.
Esta árvore é originária da Oceania,
mais propriamente da Austrália – existente em 90% das terras daquele país - e também da
Indonésia; uma das suas particularidades, dentre outras, é ajudar a na
diminuição da devastação das florestas naturais aonde são plantadas. Outra das
suas vantagens, que me parece agradável, é a sua inferior retenção de água, que
permite que esta chegue ao solo mais rapidamente, e ter também uma evaporação
mais baixa para a atmosfera, ao contrário da maior parte das árvores de florestas
naturais, portadoras de umas copas de superior densidade.
Apesar das suas raízes poderem atingir
entre dois metros a dois metros e meio de profundidade, não chegam por isso aos
lençóis freáticos, resultando num consuma de água mais baixo do que muitas das
outras árvores.
Do eucalipto, além da celulose empregada no fabrico de papel, também é utilizado em farmacologia, na composição de expectorantes
e antioxidantes e essências diversas.
Os entendidos (?) no assunto, dizem que
9% do território nacional é ocupado pelo eucalipto; poderá ser certo, mas os
pinheiros as touregas (urzes), mimosas, giestas, carqueja, o mato (tojo), que certamente
são o grosso da mancha verde de Portugal com características inflamáveis fortes,
são também a cobertura todas as serranias e abrigo da biodiversidade, no entanto
ninguém fala disso; antes pelo contrário, passam um pano por cima e
estigmatizam o eucalipto; ainda não percebi bem porquê, mas algo de tendencioso
está nos bastidores da investigação e no seu esclarecimento.
Nesta fanática desvirtualização, algo de faccioso existe, que ultrapassa os meus sentidos.
Então os pinheiros, cedros, e os
pinheiros-nórdicos, que são resinosos, as oliveiras, oleaginosas, não são
altamente inflamáveis?
Concluo, e não é necessário saber mais,
que todo arvoredo, arbustos e matos rasteiros, são matérias inflamáveis,
susceptíveis também de lançar para o ar faúlhas incandescentes. Devemos por
isso "rapar" o nosso território?
Agora, consequência de um radicalismo
exacerbado com contornos fundamentalistas, imputam com evidenciado drama, as
culpas das catástrofes incineradoras que têm ocorrido, aos eucaliptos; o que
não será tanto assim.
Devo notar que não sou a favor da
plantação indiscriminada desta espécie arborícola, porém, que ela seja inteligentemente
ordenada, e limitada a áreas previamente estudadas e demarcadas, procedidas de
estudos que não podem ser feitos em riba dos joelhos, como aconteceu, entre
muitas, com a lei da gestão de combustíveis, que nem vale a pena falar.
Resumindo: o principal problema não está
na existência florestal, que não é nova e é fundamental para a sobrevivência
das espécies, mas no terrorismo propagado por mãos criminosas, para o qual a
lei é dócil, para não dizer inexistente.
Deixem o eucalipto em “serenidade” e cuidem
da parte referente à “piromania” criminosa, e aos interesses que lhe estão
subjacentes.
António Figueiredo e Silva
Coimbra, 08/08/2818
www.antoniofsilva.blogspot.com
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