sábado, 28 de julho de 2018

FOI ESTE… THIS WAS ... ЭТО БЫЛО… ... זה היה


Compactuar com a injustiça é
dar os louros aos criminosos.
(A.   Figueiredo)


FOI ESTE…
THIS WAS ...
ЭТО БЫЛО…
... זה היה

…O HOMEM, que proporcionou a minha caminhada, ao desbravar e aplainar o complicado   trilho que conduziu o meu processo  referente ao *CASO “PESTE GRISALHA”, em direcção ao Tribunal Europeu dos Direitos do Homem, para que este pudesse ser estudado, não pela por vezes endémica justiça portuguesa, mas pela célere e sapiente magistratura da Europa.
Fê-lo a título de nada. Digo a título de nada, porque tomou a iniciativa de me ajudar, porquanto, no seu aguçado entendimento sentiu que eu estava a ser injustiçado - como de facto veio a ser demonstrado. Isto só acontece quando aparecem pessoas dotadas de uma alma honrosa e carácter hipotecado à justeza da razão. Esta, foi umas dessas figuras. Apenas me é dado pensar que este HOMEM o fez, por ter sentido que eu estava a ser desconsiderado e perdido no confuso labirinto judicial, em cujo firmamento pairam, em círculos sinistros, os abutres da influência a dominarem a indolência da imperícia; estes abutres, de bicos rapaces, estão sempre prontos para derriçar a carne das víctimas, sem qualquer peso na consciência.
Deviam ter sido estas circunstâncias a deflagar a carga de revolta na sua formação ética, que o levou a contribuir com o seu douto saber, para aliviar a minha insatisfação e guindar a dignidade que é devida, sem me conhecer de lado algum, ou desejar retirar quaisquer dividendos materiais. Acredito apenas querer satisfazer um desejo que fervilhava no seu espírito de pessoa bem intencionada e de uma humildade fora do comum. Soube reconhecer que enquanto prevalecesse a injustiça, os meus direitos estariam comprometidos e naturalmente a minha estabilidade emocional. Considero a injustiça o triunfo das nulidades, o abuso do poder, sendo o avolumar dela, que coloca em causa os direitos de todos nós.
Disto jamais me esquecerei, e farei tudo para que este acto de altruísmo permaneça gravado a cinzel de puro aço, tão profundamente, que a posteridade não o consiga extinguir dos recantos mais negros da nossa história; a história de um país em que, por influências exógenas ou incapacidade psicanalítica, a magistratura tem, muitas vezes fracassado.
Não obstante algumas deformidades impostas pelas condições do caminho pedregoso por onde passei, valeu a pena a minha luta em defesa da “velhada” que sempre esteve a meu lado, incentivando-me à contenda, que pode ser comparada à luta bíblica entre David e Golias. A nobre luta da razão contra a calhordice da imunidade deificada - porém pútrida.  
Graças à persistência e saber deste HOMEM, eu sobrevivi a essa injustiça impregnada de bolor. Mas sei que ao longo do tempo, muitos não tiveram a essa sorte, o que muito deploro.
Este HOMEM, de quem estou aqui a falar, tem um nome, que faço questão de enaltecer: HÉLDER FRÁGUAS; eminente causídico – que já foi Magistrado - e, acima de tudo, pessoa de bem - na mais acepção da palavra.
Bem-haja!

António Figueiredo e Silva
Coimbra, 26/ 07/2018

*CASO “PESTE GRISALHA”
 Não foi somente este o único processo judicial
empreendido, mas foi o único que resistiu a tentação
de um acordo inicial entre as partes envolvidas.
De todos, que eu saiba, o singular resistente foi eu;
Os outros, com grande pesar meu, capitularam.


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