sábado, 26 de maio de 2018

. EUTANÁSIA, NÃO. ЕВТАНАЗИЯ, №. יוטאַנייזשיאַ, ניט.


Admiro a terra, quero-a, sempre gostei dela.
Sempre me senti feliz por estar vivo; apesar
da guerra e das más notícias, não sou capaz
de matar em mim a simples alegria de viver.
(Julien Green)

EUTANÁSIA, NÃO.
יוטאַנייזשיאַ, ניט.
EUTANASIA, NO.

ЕВТАНАЗИЯ, №.


Por aquilo que entendo, segundo estudos elaborados por especialistas na matéria, a eutanásia consiste em determinados procedimentos que visam restringir a existência a um enfermo em situação terminal, que se encontre sob a sujeição de insuportáveis sofrimentos físicos ou psíquicos. Isto é, atribuir-lhe uma morte assistida, ou seja, morte sem dor. Melhor dizendo, matar por compaixão – esclarecido?!
Este é um tema acentuadamente sensível para a ser de exclusivo debate entre governantes - pessoas duvidosas - em quem a maioria da sociedade não confia.
É notório que por detrás do conceito “benevolente” da eutanásia, estão subjacentes interesses de ordem económica e política que não se desviam muito da minha linha de pensamento estampada na metáfora, “o que não presta, arruma-se, deixa de dar prejuízo, e viveremos mais “porreiros, chupando os que ainda têm capacidade para respirar”.
Precisamente por ser um tema polémico, que atenta não só contra a parte física, mas também contra a parte psíquica, onde, envolvidas num universo misterioso, existem a crença e o arbítrio de todo o ser humano, deveria haver um referendo sobre o assunto, que tanta polémica tem jorrado nos meios de comunicação social.
As controvérsias decorrentes deste tema de “matar legalmente”, por tudo o que tenho vindo a observar, têm suscitado na cabeça das pessoas, ideias aterradoras por que sentem que qualquer a altura pode chegar o dia ou a hora, em que vejam à sua frente a “ceifeira” negra, que lhes vai varrer o último sopro, não por misericórdia, mas por conveniência de uma ambição materialista estatizada.
Se o enfermo em si, estiver com capacidade de lucidez para tomar a decisão que visa optar por essa terminação sinistra, a eutanásia, essa “pena capital”, a meu ver, estará certa. E mesmo assim…
Então e quando o combalido está parcial ou completamente falido na sua capacidade de raciocinar?
E quando, num acesso momentâneo de aflição e desalento em que o seu elan se desmembrou, e o sofredor, “resignado” perante o seu desequilíbrio psicológico, toma a decisão dessa ajuda encapotada de piedade e depois se arrepende, no momento em que a “lâmina da guilhotina” já encetou o seu sinistro e implacável trajecto descendente?
Quem pode provar que estas situações não possam ocorrer?
Perante estas e outras interrogações, porque não fazer um referendo, neste caso, à população portuguesa?
Considero, ainda que muitos - governantes, desgovernantes, ou como queiram chamar-lhes – não se deleitem com as minhas palavras, contudo, elas são o meio de transporte mais adequado à transmissão do meu pensamento, que no final se resume em duas palavras claras, concisas, isentas interrogações, exclamações ou reticências e acabam com um ponto final:

EUTANÁSIA, NÃO.
    
 António Figueiredo e Silva
Coimbra, 26/05/2018

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