segunda-feira, 23 de outubro de 2017

HÁ CARECAS COM "SORTE"

As palavras verdadeiras não são agradáveis
e as agradáveis não são verdadeiras.
(Lao Tzé)

As minhas “pecam pela verdade”;
 por isso, não serão muito agradáveis.
(A. Figueiredo)

HÁ CARECAS COM “SORTE”

Há carecas com sorte, mas também existem macambúzios guedelhudos com a sorte dos pelados.
Quando a “matéria fecal” é de desmedidas proporções, há sempre um constrangimento nos movimentos peristálticos judiciais, que resultam num entupimento, quiçá, por negligência propositada, do andamento processual.
Ainda não percebi o porquê, - ou faço que não percebo – de isto acontecer.
Em meu parecer, a justiça não tem funcionado bem; a sua imparcialidade varia na razão directa do poder económico ou político de alguns cidadãos, não podendo obedecer por isso a uma igualdade de critérios para todas as pessoas da mesma comunidade.
Ora, este estado “caótico” e desacertado, imperativamente tem que levar uma volta; naturalmente que não já não deve ser no meu tempo de vida, mas que vai levar uma reviravolta, vai. Porque desta forma isto não pode ter a continuidade pela maneira como descarada e vergonhosamente tem vindo a ser processada a nossa magistratura, onde todas as dúvidas são passíveis de serem conjecturadas.
O espaço demarcador entre a força e a justiça, tem diminuído a sua dimensão por via de influências exógenas, antagónicas à sua rectidão, que tendem a provocar uma variação na sua forma doutrinária, resultando daí morosidade, arrastamento de processos, e muitas vezes finalizar no que de mais tenebroso pode existir para a humanidade; a injustiça.
Porém, não é em vão que muitos autorizam a que as injustiças sejam cometidas; está no seu ego, é sua tendência própria; mas por outro lado, eles mesmos sabem rodear-se do vocabulário essencial para dissolver a verdadeira essência da sua reflexão, adulterando-a de forma airosa e às vezes convincente – nem sempre aplaudida é certo. Mesmo assim, isto pode levar a que um justo possa fazer uma longa visita ás masmorras prisionais e um criminoso nunca lá ponha os pés.
Tem-se verificado casos destes, não é um nem dois, são bastantes; são os suficientes para descredibilizar a justiça, mesmo vista pelos “olhos de um zarôlho”.
Já sabemos que materialmente é impossível haver igualdade entre os seres humanos; isso é ilusão, é sonho de loucos! Mas c’um raio… ao menos que haja paridade nos direitos e nos deveres.
Há muita gentinha que só tem direitos; comprados por apadrinhamentos ou por outra forma qualquer isenta de lisura, mas têm-nos; então, com mestria e habilidade a ajustiça falseia a tara da balança, embainha a espada, aperta a venda demais e comprime o cérebro, atrofiando-o, decorrendo daí consequências graves que são maus agouros para quem deseja ou é obrigado a acreditar nas suas funções: cívica, coerciva e tutelar.
Mais não digo.

António Figueiredo e Silva
Coimbra, 21/10/2017

www.antoniofsilva.blogspot.com   

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