domingo, 1 de outubro de 2017

A BARRELA


A prudência dos covardes assemelha se à luz das velas;
 ilumina mal, porque treme. 
(Victor Hugo)


A BARRELA

Antigamente usava-se a barrela para desencardir a sujeira da roupa imprensada pelos afazeres do dia-a-dia.
Actualmente, esta técnica, se assim se pode chamar, entrou em desuso, ou de outra maneira, o seu uso é dissemelhante, tendendo à não obtenção dos resultados pretendidos.
A técnica da barrela tem vindo a ser utilizada nos caminhos da política, como se a regateirice fosse uma desvirtude imprescindível.
É certo que o seu aproveitamento é utilizado por pessoas de baixo carácter e baixa formação cívica onde a cobardia e o anonimato são uma constante.
Numa comunidade civilizada normal, para além de constituir um direito, é também um dever cada um expor as suas opiniões e os seus objectivos, sem recorrer a impropérios ou falsos argumentos e achincalhamentos, apenas pelo mórbido prazer de denegrir, escudando a sua figura na penumbra do incógnito que é projectada pelo muro da cobardia.
Se quem ouve, quem lê, quem sente, for senhor de uma personalidade vincada e uma maneira de interpretação laminar e concisa, a propaganda de barrela, por norma tem sempre efeitos contrários aos previstos pelos lavadores de roupa suja.

António Figueiredo e Silva
Coimbra, 01/10/2017
www.antoniofsilva.blogspot.com

     

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