domingo, 9 de abril de 2017

"A PIROMANIA TEM CURA!?"

“A PIROMANIA TEM CURA”!?

Tenho a certeza de que muitos, porém não tantos como isso, me vão catalogar de verme, com ideias ortodoxas. Contudo, isso não vai ferir ou mudar a minha maneira de ser, porque tenho notado benevolência excessiva nas penas aplicadas aos criminosos em série, é assim que eu lhes chamo, cujo objectivo é acabar com a vida no planeta. Enquanto as leis não forem mais drásticas e de acentuada contundência, a disseminação das paisagens dantescas continuarão, não só no nosso país, como também por todo o mundo.
Com a continuação destes incêndios infernais, poucos anos hão-de decorrer para que o oxigénio escasseie, o buraco de ozono cresça, o efeito de estufa aumente e consequentemente a evaporação, deixando os seres vivos sucumbirem lentamente por falta dos fluidos hídricos, que por já não serem muito famosos, constituem um claro aviso de um futuro comprometedor para a Humanidade, se não puserem mão de ferro a esta vergonhosa falta de civismo, aleivosamente propagada por acéfalos criminosos.
Sejam eles pirómanos ou pirados, por conta própria ou por conta de outrem, merecem ser erradicados do nosso meio, de qualquer forma, porém eficaz.
Como podem ser evocados os direitos humanos para eles, se lhes não aflora à mente os direitos dos outros? Vamos ter compaixão de quem e porquê?
Muitas vezes me vem à mente a figura de António de Oliveira Salazar por muitos motivos, e um deles é este. No seu tempo não havia pirómanos mas incendiários. Estes, quando eram apanhados, comiam pela medida grossa. Muitos deles nem tinham necessidade de provar o chilindró para se catequizarem; nos postos da GNR era-lhes aplicado o tratamento eficaz para o seu desvairado instinto e a maioria saía de lá curada à primeira terapia ou sessão, como lhe queiram chamar.
Os tempos eram outros, podem dizer. Ah pois eram, mas tínhamos mais sossego e respeito mútuo, não sendo certamente com paninhos quentes ou papas de linhaça que isso se adquire. Actualmente perde-se muito tempo no estudo das causas, enquanto os efeitos nos vão destruindo. Existe uma grande falta de objectividade na aplicação dos meios de retenção da criminalidade. Arranjam-se teses para a explicação do inexplicável, ou que há muito já se encontra explicado, onde entra uma condescendência doentia e sem medida, dando origem a que o crime aumente em todos os sectores, decepando incólume, a nossa paz social.
Não deixam de ser razões com algum peso, porém diminuto; como tal, não venham os “entendidos” fazer suporte de defesa nas suas teses, com os montes por limpar, com as sardinhadas que se fazem ao ar livre, com os montículos de escória que se queimam no meio dos terrenos lavradios, com as beatas de cigarro que se atiram para o chão, com o reflexo luminoso de algum bocado de vidro que se encontre nas matas e muito menos com a justificação da PIROMANIA, porque se a muitos “pirómanos” lhes cheirasse a churrasco produzido pelos corpos de outros da sua igualha, eles pensariam duas vezes antes de propagarem os incêndios.   
No tempo de Salazar havia muito mais floresta do que há hoje; menos, mas muito menos bombeiros e meios de combate do que hoje existe, e os fogos não eram tantos e tão desastrosos como os que actualmente se pode ver.
Convenhamos que aqui existem factores de ordem vária que contribuem para que estas catástrofes aconteçam; vingança social doentia, interesses económicos e até mesmo valorização de posições sociais, não constituindo estes factores, atenuantes para um merecido castigo.
Entendam como quiserem, mas isto são realidades que não surpreendem ninguém; o que de facto surpreende é que todas as medidas para a contenção deste actual flagelo, têm sido medidas superficiais e não drásticas.
Se nós vamos arranjar desculpas para tudo aquilo que um indivíduo comete de ordem criminosa, nunca acabamos com este estado de coisas nem tão pouco o reduziremos. Esta é a realidade e nada mais.
“A PIROMANIA TEM CURA”!... Ai tem, tem!?

António Figueiredo e Silva
Coimbra, 14/08/2005

   







Sem comentários:

Enviar um comentário