sábado, 25 de março de 2017

ISTO É UM PAGODE


Redigida há dezasseis anos,
ainda ostenta a realidade actual!


ISTO É UM PAGODE!


Não tenho conhecimentos nem estou nos locais próprios, que me possibilitem o acesso a determinadas investigações, o que me obriga, depois de uma minuciosa e ponderada análise, a ter fiabilidade nas notícias veiculadas pelos órgãos de comunicação social, isto é, depois de lhes fazer uma filtragem até á exaustão e dentro das minhas possibilidades de conhecimento, tentando arredar da notícia toda a ênfase que de cariz partidário ela possa conter. Partindo daqui, já me sinto como um autêntico lenhador, pronto para começar a “rachar”.
Se as “pontes” se mantiverem no ano 2002 à semelhança das de 2001, como é natural, em que nessas mini férias foram “investidos” - invertidos, queria dizer - a módica quantia que ronda os setenta milhões de contos, com o firme propósito de baixar o P.I.B. que, pelo seu desenfreado crescimento, tende a rebentar os alforges da nossa prosperíssima economia, de certeza que no fim de 2002 estaremos “estabilizados”; e em abono da verdade, diga-se que é uma micharia para um país com tão alto nível de vida como é o nosso.
E continua a ser com o barro do sofisma que se calafetam os buracos abertos pelos incompetentes cabouqueiros do poder. Graças à nossa eupatia, os cupins continuam a corroer os restos do já carcomido cerne da nossa estrutura económica até que a sua implosão tristemente se concretize, o que nós de bom grado vamos aceitar -não todos, claro- por causa da nossa pusilanimidade.
Dia virá, se isto assim continuar, que não seremos mais do que uns miseráveis escravos, a juntar a muitos outros já existentes na Europa, aonde a única safa para a sobrevivência não passará de um miserável garimpo.
Quando na constitucionalidade é aberta uma brecha inconstitucional, para promulgação de leis em que a vontade de uma maioria não é claramente expressa, o que se pode esperar disto?
Quando se fazem convites para jantares a título “diplomático” e a nós, que também fazemos parte da União Europeia, não nos ligam peva, o que se pode entender disto?
Para aqueles que não “vêm, está tudo bem”. E para aqueles que num bêem, também; até ficam todos contentes quando ouvem discursos longos e fastidiosos mas bem salmeados, precisamente para adormecer os pobres de espírito, que em abono da verdade abençoados sejam, se não mais, pela sua ignorância, que é a maneira mais cómoda de se viver em paz.
Lamento muito ser forçado a dizê-lo, mas já não há esquerdas, nem centros, nem direitas nem blocos, nem tijolos-burro; o que existe, isso sim são intere$$es pessoais, acorrentados a proteccionismos amistosos limitados por códigos clânicos.
Atónito e avinagrado fico eu, ao ver tanto lorpa deixar-se enrolar como leivas impelidas pelas aivecas de uma charrua. Verifico, que a nossa força “testicular” tem vindo a entrar em declínio por brechas abertas no escrôto governamental, e é pena!..
Um país por muito pequeno que seja, também pode, se bem governado, obter o apreço dos de grandes dimensões. Porém, connosco isso não acontece. As reuniões dos grandes fazem-se à revelia como se a nossa existência não fosse reconhecida. Arrumam-nos como um traste nas prateleiras da União Europeia, até que algum dia apareça alguém com cabeça, pulso e contumácia suficientes para nos livrar da inegável crise em que nos meteram e podermos assim recuperar um lugar digno na Europa e no mundo, como outrora tivemos. Sei que este cantinho à beira mar é achacado à “neblina” que nos dificulta a visão, mas estou esperançado que do meio desse nevoeiro alguém apareça com firmeza para tal fim.
Se não vier com um cajado numa mão e um pão na outra, bem pode ir por onde veio, que só vem perder o seu tempo e aumentar-nos as enxaquecas.

E vem agora um desbragado moinho-de-vento holandês, um piolhoso abrilhantinado, dizer que são só gajas e vinho.
Aldrabãããoo!!!
A realidade é outra; é falta de instrução na caixa-dos-pirolitos, à qual ele também se não safa.

António Figueiredo e Silva
Coimbra17/07/2001
www.antoniofsilva.blogspot.com



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