sexta-feira, 25 de novembro de 2016

"NIM"! (Reflexão)

                                                        O débil, acovardado, indeciso e servil não conhece,
nem pode conhecer o generoso impulso que guia
 aquele que confia em si mesmo, e cujo prazer não
é ter conseguido uma vitória, se não de se sentir
 capaz de conquistá-la.
  (William Shakespear)


*“NIM”! (?)
(Reflexão)

Conceito assente em fundações de indecisão que deambula no vazio intelectivo das pessoas onde, por inexistência, o “presumido” carácter não vai além de uma falácia.
Isto porque quando não somos capazes de emitir opiniões próprias, isto é fundamentadas no ajuizamento das nossas análises, é sabido que a inteligência não nos assiste por consequência genética de um bloqueamento das sinapses neuronais. Opinar é, a meu ver, condição fundamental dos sortudos bafejados pelo entendimento, atributo que muitas vezes a própria Natureza é forreta e não distribui com a devida equidade.
É por isso que, para esses desprotegidos da elite natural, foram criadas e aceites com certificada validade, frases usuais que, como fósforo apagado, não fazem fogueira; “não concordo nem discordo”, “assim, assim”, “mais ou menos”, “nem confirmo nem desminto” “tanto se me dá como se me deu”, “nem sim nem sopas”,  “caguei e andei”, até àquela mais corriqueira, “nem me aquenta nem me arrefenta” etc.   
Todas estas composições vocabulares são a réplica dos indecisos, dos fracos de espírito, a qualquer questão, por mais melindrosa que ela se apresente; é a resposta da cobardia ou o grito sêco da ignorância.
O covarde ou o ignorante nunca desfruta do prazer de sentir a liberdade de expressar a sua opinião como uma realização da sua vontade própria onde a interferência da censura não põe o pé. São seres viventes que se acomodaram ao “nim” para qualquer situação, com pavor de arcarem com a responsabilidade de uma corajosa tomada de posição, quando por via dos factos isso é exigido – a um cérebro normal, claro. Estes acéfalos, deixam-se ensurdecer pelo cagaçal dos outros, permitindo deste modo que o seu parecer seja abafado. O medo de cometerem um erro empacota-lhes a coragem e não se convencem de que errar é humano; o que não humano sim, é não reconhecer o erro; isso é de parvo.
A minha posição, isto é, o meu carácter, nunca se dobrou à casta da vassalagem e sempre pugnou pela propagação - a meu ver - da justeza dos meus pareceres que por vezes são achacados à impertinência de retaliações como gélida vingança de cérebros entorpecidos pelo vazio de um egocentrismo apodrecido, cujo fruto, não vingará, ou na verdade não existe. 
Quer concordem quer discordem, esta é a minha opinião muito sincera, amadurecida ao sabor dos vendavais e quietudes que durante setenta e dois anos burilaram a minha maneira de ser e de estar na sociedade que me rodeia.
Este escrito, que não tem nada a ver com os escritos do Mar Morto, redigi-o para que as mentes mais iluminadas possam ler e meditar sobre quão nefasta é para a sociedade em que vivemos a indecisa resposta com um “nim”. Se este “nim”, fosse por ventura uma resposta generalizada, que felizmente não é, o intelecto científico pararia, a evolução estagnava e o Mundo apresentar-se-ia cinzento e frio, como o denso nevoeiro que envolve o cérebro criogenado de onde germina a resposta, “NIM”!  

António Figueiredo e Silva
Coimbra, 24/11/2016

*Nem sim, nem não.     


2 comentários:

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