terça-feira, 15 de novembro de 2016

A SATISFAÇÃO... COMPENSA A REVOLTA!

A SATISFAÇÃO,… COMPENSA A REVOLTA!!!
(O caso da “Peste Grisalha”)

É certo que não me atrevo a dizer que não me sinto revoltado pela condenação imposta pelo Tribunal da Comarca de Gouveia e posteriormente confirmada pelo Tribunal da Relação de Coimbra.
Isto porque, quando da instrução do processo, eu fui absolvido pelo mesmo Tribunal (Tribunal da Comarca de Gouveia), cuja decisão foi justificada segundo a doutrina emanada do Direito Português em consonância com as regras estabelecidas pelo Tribunal Europeu dos Direitos do Homem, no concernente à liberdade de expressão, que por vezes é mais acutilante nas figuras que ocupam cargos públicos; Aquele instituto considera que a lei portuguesa tem normas de criminalização da difamação que são “obsoletas” e não cumprem os actuais padrões internacionais sobre a liberdade de expressão(in PÚBLICO).
Eu fui acusado por Crime de Difamação Agravada, crime esse que, em consciência, julgo não haver cometido.
A pretérita carta que grafei, enviei ao querelador, disseminei pelos quatro cantos do mundo e publiquei nos mais diversos órgãos da comunicação, não teve como objectivo insultá-lo, difamá-lo, caluniá-lo; tão só e apenas, irritá-lo. Foi a única forma que encontrei de marcar profundamente no seu carácter (?) a maneira de se exprimir, quando for seu desejo transmitir o que lhe vai na alma, para milhões de pessoas. Sim porque tanto a indignação como a condenação foram sentidas e manifestadas a nível nacional – e não só. Foi, sem dúvidas subsistirem, uma repulsão colectiva quanto à instauração do processo-crime e à consequente condenação.
Se bem que eu houvesse lido o seu artigo publicado no “Jornal I, um artigo, diga-se, de normal escrituração, semeado de algumas informações que são do conhecimento geral (as estatísticas falam por si), do mesmo, apenas critiquei a frase “A NOSSA PÁTRIA FOI CONTAMINADA PELA JÁ CONHECIDA PESTE GRISALHA” (já conhecida de ginjeira, digo eu).
Porque o referido artigo não foi escrito pelo Zé da Esquina; que passa as horas a palitar os dentes, empenhado na remoção das espinhas da última posta de bacalhau frito regado com um tintol e a tirar macacos do nariz; foi-o sim, por um deputado do nosso Parlamento, que o assinou como Carlos Peixoto, Advogado e Deputado do PSD, e que motivou a repulsa de muitos portugueses, os engenhosos e sacrificados cabouqueiros desta terra tão linda onde ele vive e “governa a vida”, agora remetidos à velhice e ingratamente catalogados de EPIDEMIA NACIONAL, onde me encontro inserido.
Ora, não foi a um normal cidadão que eu atribuí a minha crítica, contudo a um elemento da nossa “fauna” governativa, que até então nada sobre ele eu conhecia.
Esta situação de Crime de Difamação Agravada, pode ser configurada como um crime Púbico-político, dadas as circunstâncias da própria acusação, pelo facto da distinta figura fazer parte do nosso hemiciclo parlamentar.
Houve uma absolvição, seguida da interposição por parte do arguente, de um recurso para o TRC (Tribunal da Relação de Coimbra) que, como forma de me levar a julgamento, retirou a Agravação, metamorfoseado desta forma o crime de que tinha sido acusado e absolvido, Crime de Difamação Agravada, num crime particular de Difamação, concedendo-me assim o “privilégio” de ser presente ao Alvazil, para consequente julgamento e posterior aplicação da pena ora conhecida.
Após uma inquirição e uma defesa exaustivas, foi-me aplicada uma moldura penal de ressarcir em três mil euros de indemnização o ofendido, mais duzentos dias de multa a seis euros por dia, acrescendo a estes montantes as custas de justiça.
É evidente que, não havendo ficado satisfeito com a decisão, foi por mim interposto, através do meu Advogado Dr. João Saldanha, um recurso para o TRC, onde era pedida a minha não condenação, ou, em última instância, a redução da pena, alegando que esta era francamente pesada, para o caso em questão.
O ressentido contra-argumentou, e o TRC (Tribunal da Relação de Coimbra) confirmou a decisão condenatória do TCG (Tribunal da Comarca de Gouveia).
A bem ou a mal, sinto-me um cordeiro pascal, cujo sacrifício vou suportar em meu nome e em nome de todos os grisalhos empestados, desta Pátria que, com indómita coragem, ajudaram a defender e a construir, para agora serem “apedrejados” com salientado desapreço.
Mas, por todo o apoio que me têm dado…
A felicidade compensa a revolta!

António Figueiredo e Silva
   (O CONDENADO)
Coimbra, 15/11/2016
www.antoniofsilva.blogspot.com

  






2 comentários:

  1. Caro Sr. Figueiredo. É com satisfação que o encontro, de par em par de anos, como foi hoje o caso, e constato que não envelhece, que continua ágil e com grande alegria de viver. E a sua esposa, essa Senhora simpática e discreta, de sorriso fácil e enternecedor, continua igual, como há 20 anos. Tem graça que só agora percebi que já terá muitos anos, septuagenário como vi escrito algures. Nunca o diria pois, repito, há pessoas que aos nossos olhos não envelhecem. Posto isto, apenas o parabenizo por continuar efusivo e expansivo, atento e implacável. Como naqueles tempos em que, enquanto refazia o "painel" do Painel, partilhava as suas críticas e opiniões, as suas revoltas e insatisfações, contra as injustiças que o mundo ia semeando à nossa volta. Quanto a este caso felicito-o pela denúncia, por ter colocado a nu as mentes destes tristes, destes pobres de espírito que vivem da verborreia e do dinheiro que sugam do nosso trabalho de todos os dias, e se passeiam de mãos dadas com esses líderes empestados pelos escândalos da corrupção, da prevaricação, do tráfico de influências, do peculato, e outros dotes que os deixam todos os dias orgulhosos. Um grande abraço, até um dia destes aí por outro qualquer centro comercial!

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  2. Bem-haja JP, pela sua força, que a ajuntar a tantas outras, me dão alento para continuar irreverente como sempre e arauto implacável na ajuda à disseminação da falta de bom senso, que tem atacado muitas mioleiras na nossa Pátria, principalmente as mais fracas de espírito, pertencentes a uma falsa elite.
    Grande Abraço.

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