segunda-feira, 6 de junho de 2016

ACOOORDEM!!!

Na vanglória, está tipografada a libertação
apócrifa de uma personalidade deformada
por acentuado recalcamento psicológico.
(A.Figueiredo)


ACOOORDEM!!!

Faço questão em divulgar o lugar caricato que escolhi se tratar de um assunto que se assemelha muito a uma caldeirada de considerandos agrupados pelas mais diversas situações, que vão desde as mais tristes que fazem ferver a nossa sensibilidade no caldeirão da mágoa, às mais ridículas que nos deixam boquiabertos, passando outras, pelas vielas da parvoíce - esta é uma delas- que nos deixam irritados; como tal, resolvi escrever sobre o assunto em causa, com o meu traseiro comodamente sentado na latrina, um lugar de meditação, onde o caliça que sai por baixo, também tem o dom de aliviar a pressão no interior da caixa craniana, permitindo deste modo que o pensamento flua mais livremente, levando a que a análise seja concluída com mais rapidez e, penso que, mais acertada.
É… Resolvi tagarelar não sobre o facebook em si, que nos oferece vantagens incalculáveis, na nossa intercomunicação à volta do mundo, assim delas saibamos usufruir, não excluindo também as suas desvantagens que muitos sabem destrinçar, mas outros, coitadinhos, expõem-se na totalidade para que todo o mundo aprecie quão deprimente é o seu estado de alma; e fazem-no com uma religiosidade tão doentia que dão a conhecer todo o seu universo interior ao grande público, por escarrapacharem nas páginas internáuticas, quase tudo sobre a sua vida, incluindo, com devotada ignorância, assuntos e até cenas da sua vida privada; desde as suas mágoas psíquicas, até as suas dores de cabeça ou dores de corno; das obstipações intestinais à fraqueza do seu carácter; das desventuras amorosas à conquista de um amor platónico que se pode tornar efémero; comentam até, sobre os sapatos de salto alto que lhes apertam os cascos e lhe provocam dores no calo teimoso que dorme acordado no dedo mindinho de uma das patas. Recorrem todos os artifícios, para atestarem a sua existência, que para eles deve ser dúbia; contudo, sem disso terem a percepção, executam-no de uma forma risível, sórdida ou ingénua, da qual muitos - como eu - se aproveitam para tecer duras críticas a essas maneiras de estar, no sentido de os arrancar do estado letárgico em que se encontram envolvidos, numa tentativa se calhar frustrada e provavelmente também criticável, de chamá-los à realidade.
Acordem!!!
A sociedade real é um mundo à parte e assaz diferente daquilo que muitos, sem pensarem ou sem recato algum, ilusoriamente descrevem. O que interessa ao Mundo saber se aquele ou aqueloutro comeu bife ao almoço no restaurante tal, ou se foi passar um dia praia a comer areia com a família ou com os amigos?! Que importância tem para a sociedade, saber da diversidade das novas relações amorosas que cinematicamente se vão passando entre as pessoas?
Penso que estas coisas nada dizem à sociedade, perante os parâmetros culturais em que actualmente vivemos. Apenas servem como sabão noticioso, empregue na lavagem de “roupa suja” onde é maior a nódoa que fica do que aquela que sai.
As formas de leviandade de que muitos impensadamente utilizam para a exposição de sentimentos de foro privado nas redes sociais, não só afectam a imagem de quem os expõe, como também derramam desagrado a todos os que a eles estão ligados afectivamente. Até aqui penso não haver dúvidas!?   
Se analisarmos bem tudo o que é cuspido para as páginas da internet sobre relações intersociais, tudo nos é apresentado como um mar de rosas; somente postam o que têm e “melhor” nas ténues frinchas da sua infelicidade, numa tentativa de mostrarem o que na realidade não sentem, não são e não pensam, recorrendo a fúteis argumentos e às mais diversas poses fotográficas com que premeiam a ridicularização da sua imagem com mostras de carantonhas carnavalescas, assumindo com acentuada ignorância o assassinato deliberado da beleza com que a Natureza os dotou. Infelizes!!!
Por detrás de toda esta fraqueza de espírito, o que existe na realidade, é uma parte negra que os afecta e que os impele à grandeza e felicidade fingidas, com o objectivo único de subirem ao podium social como figuras de “grande relevo”, enquanto, sem darem conta, a sua frágil personalidade se desmorona e é arrastada na correnteza de um auto-conhecimento defeituoso falsamente assente em alicerces onde a firmeza se esmigalha.
Acooordem!!!

António Figueiredo e Silva
Coimbra, 05/06/201
Obs: os “erros” aqui expostos são-no,
porque não estou de acordo com o
Novo (Des) Acordo Ortográfico.
Ou:                                                               
www.antoniofigeiredo.pt.vu   






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