quinta-feira, 7 de abril de 2016

O CAPITAL E A POLÍTICA



O CAPITAL E A POLÍTICA
(Não tem nada a ver com Karl Marx)


O capital é indubitavelmente o “governo” que administra todo o globo e a política é um dos seus muitos tentáculos - senão o principal - e apenas lhe serve de “serva”. Esta tem por fim único defender os interesses do capital e não os interesses dos povos que se dispôs a governar.
A política é como a Fénix; à medida que os seus quadros se vão extinguindo, uma caterva deles vai “nascendo” das cinzas do anonimato e o capital continua a existir; se for o capital a ausentar o seu suporte de estabilidade, a política desaparecerá como uma bola de sabão.
Queiramos ou não, o mundo roda em torno do dinheiro e está preso aos interesses que dele emanam. Esse movimento rotativo dura enquanto durar o capital.
Então, para que esse movimento rotacional se mantenha, tornou-se necessário criar a política para protegê-lo e defendê-lo quando as grandes falcatruas são descobertas. Deste modo, em que ambos estão em sincronia, os donos do capital mesmo imergindo estão sempre emersos; porque esses afundamentos são minuciosa e ardilosamente preparados sob regulamentos tutelares estudados e desenvolvidos pela política, a mando dos primeiros.
Deste amancebamento que subsiste entre o capital e a política resulta um aumento da escravidão humana, porque esta é o combustível necessário à sua evolução; é por isso de toda a conveniência capitalista, que a política crie, autentique e empregue – muitas vezes dubiamente - a força de leis diversas, condicionadas às interpretações mais díspares, contudo, sempre no sentido em que estas multipliquem a pobreza à custa da qual o capitalismo navega de vento-em-popa.
Vezes sem conta, acontece que a lei impede com acirrada austeridade actos que, se analisados em determinadas situações, estes são levemente consentidos, por força da influência do capital.
Quando todas as pessoas forem julgadas pela riqueza do seu íntimo e não pela riqueza material que possuem, aí sim, teremos um Mundo Novo e umas leis mais justas. Teremos gente boa e não uns merdas quaisquer, que, pelo poder material que usufruem, são maliciosamente bajulados como se fizessem parte da uma elite social que na verdade não existe; todavia, estas são lisonjas fingidas por temor a retaliações que possam advir, se a realidade sentida for divulgada, porque, no final, essa gente fina, não passa de uma autêntica trampa.
O capital não compra inteligência, aprumo, honestidade, amizade e muitas outras virtudes que constituem o somatório de todas as virtudes, que se chama dignidade.
A riqueza material, muitas vezes apenas merca a apreciação alheia, abafando sob o jugo implacável da coercividade, a realidade do sentimento avaliativo de cada um; uma forma encapotada de escravatura, onde só é conseguida a carta de alforria quando o valor financeiro de cada um, - não interessam os meios - atingir uma substancial equivalência monetária. Aí sim, já aparecem, como tantos outros, os novos-ricos sem mioleira, apostados em bombardear-nos os tímpanos com baboseiras pessimamente articuladas e atiradas cá para fora à pazada, envolvidas numa sopa de cerrado nevoeiro salivar, repleto de bactérias, micróbios, vírus e outros animais selvagens, com que fazem questão em borrifarem a nossa existência, ao mesmo tempo que vão ditando ideias e/ou regulamentos esquisitos, emoldurados por um convencimento frágil, porém sob tom impositivo onde a razão deles se afirma e prevalece.
Uma grande parte destes espécimes tem vindo a fazer parte da governação do nosso desgoverno, porque, o capital se enlaçou com a política num forte e fraternal abraço, selado por uma promíscua conveniência que só ambas as partes entendem.

António Figueiredo e Silva

Vila Verde de Oura/ Vidago
7/04/2016
www.antoniofsilva.blogspot.com   




3 comentários:

  1. Uma boa escrita, vizinho! O meu blog está aqui: http://modelkitsreview.blogspot.pt/ , aconselho a ler a parte da Força Aérea Portuguesa... Há muito de Portugal q o Português esqueceu, e muito q já nem imagina... Curiosamente, ao ver a parte da aviação, esquecendo as ideologias políticas, é possível tirar algumas conclusões interessantes... Pessoalmente, não sou apoiante nem de ditadura nem de democracia, acredito q tudo tem uma altura de ser. Não sou apoiante nem de esquerda nem de direita, e muito menos de extremos. Mas todos os modelos q faço, esforço-me por serem a cópia mais fiel dos reais, e é frequente procurar fotos para confirmar. Mas mesmo q muitos deles tenham sido usados para fins menos decentes ou mesmo condenáveis, é bom nunca esquecer... Nunca conseguiremos encontrar o melhor rumo, se continuarmos a esquecer de onde viemos...

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    1. Ola, Jorge.
      Eu também sou apartidário, pintando por isso, à vontade.
      Sobre o deu biografia e a Força Aérea, vou arranjar um tempinho para o consultar.
      Sabe que, como isso roça a minha alma, tem que set busto com olhos de gente.
      Um abraço.

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    2. Ola, Jorge.
      Eu também sou apartidário, pintando por isso, à vontade.
      Sobre o deu biografia e a Força Aérea, vou arranjar um tempinho para o consultar.
      Sabe que, como isso roça a minha alma, tem que set busto com olhos de gente.
      Um abraço.

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