quarta-feira, 15 de julho de 2015

"SUINICULTURA NACIONAL"



“SUINICULTURA NACIONAL”
(O “cardápio” é grande!)



Partindo do princípio de que “não há vara sem porcos nem porcos sem vara”, podemos concluir que, para que exista uma coisa, por força da lógica, tem de existir a outra; ou seja o complexo “bando” da complementaridade.
Se conseguirmos cindir essa complementaridade, a “caterva” desintegrar-se-á, não sem antes deixar o seu rasto na *câmara de Wilson da nossa investigação; é precisamente através dessa esteira em que tudo é contabilizado ao “cêntimo”, que podemos chegar a desfechos cromados de descaramento sem limites, deveras marcantes, assustadores e passíveis de dura punição, doa a quem doer.
É realmente um enorme aborrecimento quando se começa a desenriçar os fios ensarilhados de uma meada que por azar ou por sorte se desfez e que serviu, durante muitos anos, de enxerga a muitos bácoros sedentos de fortuna fácil, sem olhar a meios para atingir os fins. Temos a noção de que é uma trama difícil de desconchavar, contudo não devemos pôr de lado a ideia de que um dia aparecerá alguém com capacidade e coragem, pragmatismo decisório e paciência, consiga meter as guitas no seu devido lugar, dê para onde der.
 O cortelho há muito tempo que entrou em sobressaltado burburinho porque, apareceu essa figura couraçada com forte nobreza de carácter, onde a corrosão ainda não penetrou e começou a rachar a direito. Francamente, isto não podia continuar assim.
A corrupção por apadrinhamentos e jogos de interesse à mistura conseguiu, durante longo tempo, devorar a ética e a imparcialidade, bases fundamentais da estrutura legislativa; podíamos sentir que a aplicação dos regulamentos não era igual para todos; mesmo presentemente, com todo o lamaçal fedorento existente no chiqueiro, subsistem porcos que, enterrados até à barbela, tenazmente tentam resistir ao seu “abate”, com roncos de defesa, em valimento de uma inocência que eles próprios sabem não existir.
Temos vindo a assistir com pacífica indiferença a uma “indústria” de suinicultura política de encher os bolsos, e que só nos tem fornecido esterco, - e do fermentado - para infernizar as nossas vidas, apesar de sermos nós os principais abastecedores da bolota que tem alimentado os elementos da pocilga. Merda p’ra isto! Estou farto de bácoros! Que cancerígena moléstia!?
Mordem-se entre si, porém, nunca desprezam a reciprocidade na utilização da protecção mútua, mesmo quando algum caga na pia – e são tantos! - onde todos comem, ou borram os têtos onde todos mamam, assentado a sua atitude numa deontologia falsa mas de conveniência para a vara a que pertencem. É sempre a mesma coisa!
Como tortulhos, surgem suínos de todos os cantos e buracos do nosso cosmos politiqueiro; o cardápio é imenso; vão uns, vêm outros, num incessante corrupio como electrões à volta de um núcleo - neste caso, como pequenos bácoros à volta da mama – até que a força interactiva que os mantém unidos seja desmembrada. Aí eles param! Cuincando e estrebuchando, mas param.
Alguns, já caquéticos, ranhosos e tolhidos pela senilidade, que há muito deviam ter sido atirados às pulgas e cuja carne, mesmo em tempo de crise, até os cães se recusam rilhar, ainda grunhem com obstinada teimosia num último, porém falhado recurso, berrando por a uma justiça “justa”, esgrimindo razões que só nas suas mal oxigenadas mioleiras existem. Teimosos!
É que não é só um, são varas e varas deles; o “cardápio” é grande!

António Figueiredo e Silva
Coimbra, 12/07/2015
www.antoniofigueiredo.pt.vu

*É uma câmara cheia de vapor de água,
destinada a identificar partículas atómicas
pelo rasto de condensação que deixam,
quando bombardeado por estas.






   

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