Ser-se livre não é fazermos aquilo que
queremos,
mas
querer-se aquilo que se pode.
A LIBERDADE
É dos privilégios mais valiosos que o ser
humano pode desfrutar, conquanto que a sua aplicação não seja mestiçada e/ou,
substituída pela depravação e anarquia, por aqueles que suposta e aleivosamente
atentam que a liberdade só a eles pertence - o que não é verdade; porque ela
existe, graças ao empenhamento de cada um de nós, em respeitar a dos outros, o
que por vezes custa um pouco, e tanto mais, quando verificamos que os outros
estão a subestimar a nossa. São manigâncias dos “artistas” de poleiro duvidoso,
que proliferam na nossa sociedade combalida,
empenhados em serem os cavadores da nossa instabilidade. Eles vêm a
independência pela parte que mais se lhes adapta, porque ela pode apresentar-se
de duas maneiras distintas, contudo, abissalmente opostas, segundo a percepção
e a formação cívica de cada um: uma, não é mais do que uma prenda envenenada;
não passa de um embuste pernicioso e intencionado, recheado de submissão
virulenta, que, ao rebentar no silêncio audível da repressão, consegue cindir
todas as formas de direito à liberdade; esta é a forma mais usada pelos manhosos,
interesseiros e ambiciosos, que à força de uma emancipação fingida, pastoreiam
sem pejo, uma escravatura forçadamente submissa, que lhes enche os odres,
insaciáveis de poder e de dinheiro. A outra! A outra forma… é aquela que está
intrinsecamente grudada ao puritanismo, e caminha pelas vielas pedregosas da
decência, que tem como suporte o conhecimento do dever e da obrigação; não
quero, de forma alguma, negar a sua existência, mas que se sente a sua míngua é
uma verdade; a pouca que existe e que com dificuldade notória vai subsistindo à
selvajaria que embriaga os “Srs.” mundo, encontra-se em acelerado declínio, o
que também não deixa de não integrar uma realidade por todos observada.
Está chuviscar
entre nós, uma liberdade fingida com tendência à vassalagem, cujo controlo se
está a tornar cada vez mais arrochado pelo contínuo emanar de regras visam o “sacrifício
dos mais fracos”, em garantia da avidez tachista daqueles que, agasalhados pela
manta “rota” da impunidade, até agora são tidos como os mais fortes.
É bem patente a
assimetria no consenso de liberdade atribuída, uma vez que as suas regras
emanam do poder, e este, por sua vez, não tem sido o mais moralista, nem o mais
exemplar.
A liberdade
está a definhar!
António
Figueiredo e Silva
Coimbra,
19/01/2015
www.antoniofigueiredo.pt.vu
Sem comentários:
Enviar um comentário