quinta-feira, 21 de novembro de 2013

AO MEU AMIGO ZÉ



AO MEU AMIGO ZÉ (VII)


Quando o direito de morrer sem sofrimento não é autorizado pela vontade expressa do enfermo no gozo pleno das suas faculdades mentais, este converter-se numa forma de assassinato […].
É certo que existem formas diversas […] que não deixam de justificar a volatilização da vida humana sem a sua autorização atestada […].
Entre […] desmaiadas opiniões falaciosas, a nata pútrida […] que se tem por ser constituída por pessoas de bem, está apostada em roubar-nos a existência sem o nosso beneplácito […] onde as doutrinas são distorcidas com a ajuda do calor da ambição atiçado pelo sopro protector da impunidade.

(Retirado de uma crónica que há muito tempo escrevi, denominada EUTANÁSI A.
                                                                                                           
Olha Zé, poderia ter começado de uma forma mais linear, porém optei por iniciar esta escrituração com uns farrapos retirados de uma antiga crónica minha, infelizmente ainda actual, que pressuponho, deves ter lido; se o não fizeste ainda tens possibilidade disso, através do meu blog.
Como sempre, espero que estejas bem e lúcido; se não mais, o suficiente para compreenderes o que muitos acanudados não entendem, nem à marretada, cuja causa provável mais não será do que estupidez empedernida e falta de formação cívica.
Bem, tu, na teoria, podes considerar-te fora da epidemia porque estás bem servido pela calvície, mas na prática, apanhas tanto como eu no cabeçote, conquanto que ainda me restem alguns folículos capilares a frutificar.
Para que não sobrecarregues mais os teus neurónios com interrogações, que são agrestemente prejudiciais para os velhos como nós, sabias que fazemos parte de uma endemia nacional denominada “PESTE GRISALHA”?
Pelo menos foi o que “disse” um sr. de nome Carlos Peixôto, que, ao que parece, é deputado no nosso endémico parlamento.
Ó Zé, não fiques admirado com estas bacoradas, porque muitas mais e com idêntica desfaçatez surgirão… vais ver!
Não sei se é do teu conhecimento, mas os grisalhos da peste e não só, encharcados por uma turbulência raivosa caíram-lhe em cima, com os vocábulos mais jocosos, zombeteiros, gozativos e cáusticos, afincados nos mais elogiosos epítetos à sua sêmola intelectual, provavelmente pulverizada em excesso por fungos de auto-estima, onde os velhotes podem profetizar um verdadeiro déspota em germinação.
Mas sabes mais, ao que parece esse referido sr., depois de ter dito o que disse, ainda ficou bastante colérico e indignado, com as críticas dos elementos da PESTE GRISALHA e seus apoiantes, e ao que parece, “jurou dar-lhes caça”.
Ó Zé, vamos lá a ver se a escopêta encrava, senão os visados serão “retalhados” na praça pública à sua semelhança. De qualquer de maneira, é sempre bom ficares a saber, porque, se tiver que ser erradicada a PESTE GRISALHA como implacável maleita contaminadora da sociedade portuguesa sadia, esse sr., se puder, será certamente um dos verdugos intervenientes no seu desaparecimento coercivo, utilizando talvez o método hitleriano da eutanásia compulsiva e aplicando a sistema biológico da semente, que só germina quando encontra as circunstâncias oportunas para o efeito.
E para teu melhor esclarecimento, o sr. em causa, chama-se: António Carlos  Sousa Gomes da Silva Peixôto.
Porque a imunidade não é generalizada, nem podia ser, faço questão em levar-te este incidente ao teu conhecimento para, no caso de me suceder alguma coisa de “bom” tu poderes esgrimir em minha defesa, ok?
Se não bater a caçolêta, como muitos desejariam, mais tarde dar-te-ei notícias minhas, perante as quais se calhar vais ficar meio zonzo.
Um grande abraço e até breve.

António Figueiredo e Silva
Coimbra, 21/11/2013

www.antoniofigueiredo.pt.vu    
 


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