sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

CHAMEM O SÓCRATES



CHAMEM O SÓCRATES


Eu compreendo que a situação financeira do nosso país está francamente pútrida e emoldurada de difícil, mas não impossível resolução. Sei que muitos de nós estamos a pagar por erros que não cometemos, mas porque sucessivos governos deixaram que por outros fossem cometidos, a soldo de uma impunidade sem limites onde apadrinhamentos de grande envergadura serviram de escudo protector para esses fins.
Não é em vão que as pessoas exibem com fúria o seu descontentamento face às diversas situações precárias em que se encontram. Têm razão. A instabilidade está severamente instalada nesta terra, mercê da politiquice pouco ou nada patriótica, muito negligente e bem agasalhada pelo manto da irresponsabilidade, que se instalou num ápice, na noite de 24 para 25 de Abril de 1974. Talvez o desígnio não tivesse albergado no seu seio o odre de uma madrasta, contudo, foi pervertida por uma doentia avidez de domínio em proveito próprio, alienando para o esquecimento os elementos que compuseram o grosso do ramalhete; a “arraia-miúda”.
Desde essa altura para cá, todos os governos que passaram por este país, uns mais generosos e magnânimos, outros mais esbanjadores e acamelados, lá vieram equilibrando a barcaça desequilibradamente, até que ela rebentou pelo costado, desmantelando a vida de muitos dos seus viandantes ao abalroar com uma situação de emergência no ancoradouro da “miséria”, ou perto dela.
O deplorável de tudo isto, é que a todos os que intencional ou desleixadamente prestaram a sua cooperação para o actual descalabro, não lhes foram, até agora, aplicadas quaisquer sanções punitivas que os obrigassem a beber do infortúnio por eles decantado, permitido ou semeado.
O apelo ao sufrágio nunca assentou em patriotismo nem num franco propósito de governação; assentou sim em contendas fomentadas por segmentações partidárias, que foram e continuam a ser dos meios mais acessíveis de ganhar estatuto social, enriquecer e viver faustosamente, mantendo sempre intocável o esmero da cretinice.
Salvo raras excepções, quando olhamos para a esfera dos tribunos, apenas podemos ver umas largas dezenas de “figuras” sem calo no cú, que em simbiose com uns hábeis oportunistas, estão à frente dos nossos destinos e ditam o que mais se lhes ajusta aos objectivos pessoais, mediante as conveniências, quer de uns, quer de outros.
E agora aí temos, com palestras de repetitivos recheios e envenenadas de acusações, mais um galhardo equestre pronto para a peleja política, na figura de António José Seguro, que também está a ser impulsionado um séquito de bastidores, aliás, como todos os outros. Mas acho que não é preciso tanta algazarra!... Papagaios, temos que chegue.
Temos um “verdadeiro patriota” que já conhecemos de ginjeira e fez o favor de nos colocar no topo da Europa – a contar de baixo. É bem melhor mendigar ao PS para chamá-lo. Ir buscar essa arara de raras virtudes.
Chaaaaameeem o Sóóóóóócrates, caramba!!!
António Figueiredo e Silva
Coimbra

www.antoniofigueiredo.pt.vu

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