terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

A MATILHA





A democracia muitas vezes significa o poder
nas mãos de uma maioria incompetente.
(George Bernard Shaw)


A MATILHA
(é isso mesmo)


Isto está mesmo entregue à bicharada. Estamos a ser mutilados por uma matilha sem vergonha, aonde se podem manifestamente constatar personalidades com sólida desfaçatez e profundo desprezo pelas massas que se propuseram (des) governar.  
 “Quem, obviamente, se mostre indignado que diga publicamente”. Comentário do ministro da Economia Álvaro Santos Pereira, em asserção à escolha de Franquelim Alves, antigo administrador do SLN/BPN, para secretário de Estado.
Não compreendo como antigo administrador do BPN, cujas qualidades organizativas são susceptíveis de serem questionáveis e postas em causa, por não ter conseguido suster a derrocada ruinosa daquela instituição bancária, foi agora laureado com o tacho de Secretário de Estado!?
Pode até ser, como afirma o primeiro-ministro, uma pessoa prudente e capaz, para o novo cargo que vai despenhar, contudo, à vista dos portugueses, o grau da sua incompetência é evidenciada pelo passado que, com culpa ou sem ela, facultou ou deixou que a coisa por ele administrada caísse na desgraça cujas consequências foram pagas compulsivamente (aqui não há dúvidas) pelo povo português.
Assim sendo, não acho – e penso que também uma grande talhada de portugueses – de boa política a sua escolha para fazer parte do já desmesurado enchimento do centro nevrálgico da nossa governação, que é o hemiciclo parlamentar.
Depois do “heróico motim” de Abril, com o aceno à democracia como divisa, ainda não vi passar por aquele espaço governativo ninguém que não fosse tido como competente, honesto, de palavra, não corrupto, etc. Enfim, aureolado com as mais nobres qualidades que se pode ambicionar de uma passo-a; no entanto, se isso se tivesse concretizado na realidade da certeza, certamente que não teríamos chegado ao patamar de maltrapilhos sem abrigo, a dormir ao relento da pedinchice sobre um colchão das “esmolas” causticantes mendigadas à Europa, que com a sua “puritana boa-vontade” pouco sensata no-las vai abonando, sem contudo levantar as mãos do nosso cachaço.
Neste argumento, não vejo por onde têm andado as virtudes que todos aqueles que se têm enaltecido com polida falsura entre si, tendo chegado deste modo à triste conclusão, de que toda a retórica esperrinhada até hoje, tem sido e continua a ser, um colossal fracasso.


António Figueiredo e Silva
Coimbra
www.antoniofigueiredo.pt.vu

     
  







1 comentário:

  1. Gostei muito desta cronica.Depois vou ler as outras.Aderi a este"site" com a conta do Filip

    Abraços,

    Geni R.M.Dueck

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