terça-feira, 27 de abril de 2010

OS TROCA-TINTAS

OS TROCA-TINTAS


Estamos metidos com uma cambada de “vendedores” de banha-da-cobra”, (se lhes chamasse vigaristas ou aldrabões, certamente seria metido no chilindró) que se pavoneiam à nossa custa e não se inibem de nos apertar o garrote da crise por eles provocada, que nos restringe cada vez mais o direito à sobrevivência.
Arreiam com a solha nos dentes e no palato, para gafanhotarem umas oratórias sem critério, sabendo de antemão que nós já não acreditamos, porque a falácia do seu conteúdo é mais do que evidente. Apontam-nos um El Dorado que sabem não existir, mas teimosamente e com asina coragem, insistem em baralhar-nos o senso analítico que deambula na nossa tinêta pelo justo caminho da razão.
Só eles têm direito a “ladrar”, porque a manipulação de todo o sistema está nas suas mãos. Esta récua usa e abusa do poder que detém; este funciona como uma esponja na limpeza e absorção de todas as nódoas, sejam elas de foro económico, judiciário ou criminal.
Mas que cambada!!!
Muito eu gostaria de ver alguns deles a gatafunhar nas intermináveis bichas, que ao romper da madrugada serpenteiam junto às portas das Instituições de (des)Emprego e (de)Formação Profissional, na mira de uma ocupação ou de algum vergonhoso fundo que lhes permitisse dar algum trabalho aos molares, que diligenciariam o mínimo sacrifício na mastigação para que não fosse necessário recorrer à banda gástrica com o objectivo de manter o corpo com uma miserável visão osteo-anatómica enfezada, à laia das top model do século XXI!... Como se encontra actualmente o nosso país, cujo raquitismo é evidente.
Todavia, dos Troca-Tintas, nunca por lá apareceu nenhum!?... Nem aparecerá.
Os elementos circulares da cáfila, por muito inaptos, desonestos ou imbecis que sejam, têm sempre do seu lado a incidência do fermento mafioso da protecção mútua. Por mais investigações que surjam, por muitos julgamentos que se façam, por muitas comissões que se criem, os resultados vão sempre dar ao zero.
“Nós” há uns anitos que temos andado emborrachados numa excessiva e onírica mansidão, (“mansa é a tua tia, pá” – como diz outro) estirados nos braços de Orfeu, a deixar correr o marfim. Embalados em expectativas que sabemos jamais surgirem, temo-nos deixado minar por uma passividade fora de série, cujos tributos nos vão sair muito caros.
Tudo isto graças ao paleio controverso dos Troca-Tintas
Não sei até quando é que este estado de coisas vai durar!
Estamos com uma situação que é mesmo dura de roer e não iremos ter dentes para ela!... Tudo por causa dos Troca-Tintas na sua encarniçada luta pela troca-de-têtas.



António Figueiredo e Silva

www.antoniofigueiredo.pt.vu

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