PESSOAS INESQUECÍVEIS НЕЗАБЫВАЕМЫЕ ЛЮДИ UNVERGESSLICHE MENSCHEN НЕЗАБУТНІ ЛЮДИ אַנפערגעטאַבאַל מענטשן
Não vivas para que te bajulem;
existe para que não sejas esquecido.
Viverás sempre!
(António Figueiredo e Silva)
PESSOAS
INESQUECÍVEIS
НЕЗАБЫВАЕМЫЕ ЛЮДИ
UNVERGESSLICHE
MENSCHEN
НЕЗАБУТНІ ЛЮДИ
אַנפערגעטאַבאַל
מענטשן
Os predicados decorrentes da ética, moral,
humildade e saber, que sempre iluminaram o carácter desta Digníssima Médica, ante a minha faculdade observativa, enraizaram-se
profundamente no meu íntimo, e legitimam a razão desta dissertação, que, embora
“paupérrima”, melhor não sei conceber.
Chegou ao meu conhecimento, a novidade
de que a jubilação desta distinta Sra. está prestes a eclodir daqui a uns
meses; o que, de certo modo, muito me angustia e perturba. Porque esta notável
figura foi, e é, um “dinossauro” vivo, que deu muito de si em benefício do
conforto daqueles que dele eram carentes, sem estar agarrada à comum ambição numismática,
que a tantos tem adulterado o saber e “financiado” uma vida faustosa, contudo,
carenciada de refrigério; para no fim, como todos os vivos, ultrapassarem a
barreira da existência sem direito a levarem consigo qualquer cibo de bagagem,
e caírem no esquecimento.
Sempre foi privilégio desta distinta Médica, derramar alegria, quando a melancolia circundava o paciente; bastante atenciosa
e compreensiva pelo modo como sempre lidou com as pessoas que dela “dependiam”,
para lhes mitigar o sofrimento das mais diferentes mazelas de que padeciam;
sempre ofereceu os seus préstimos, como uma verdadeira cumpridora do Juramento
de Hipócrates; senhora de uma empatia fora do comum, nunca se teve como presunçosa
ou como despachante de tráfego de doentes
Mesmo admitindo que haja outra pessoa
com qualidades semelhantes que a possa vir a substituir, não vou conseguir esquecer
esta tão marcante Sra.,
que, além de Médica, sempre soube ser Mullher*.
Com o seu humanismo, empatia,
paciência e erudição, - sem procurar a obtenção de “louros” -, fez tudo o que
estava ao seu alcance para que eu pudesse fruir de uma razoável qualidade de
vida, - tanto física como emocional.
Enquanto minha língua continuar a dançar
entre o maxilar inferior e o palato, a certificar a minha existência, que
certamente, não estará muito longe do fim, apeteceu-me recorrer a esta redacção
de apreço; porque, pelos oitenta anos que por cá trauteiam, eu considero muita
fruta, e quer parecer-me que a “árvore” já está bastante oxidada - já sinto a
sua ameaça agonizante, antes sucumbir ao “carrêgo dos carpos”.
E p’ra findar, quero brindar esta ilustre Médica da USF (Unidade de
Saúde Familiar), de Celas, em Coimbra, Exma.
Sra., Dra. Ivone Saavedra,
com uma poesia que não é da minha
autoria; porém, uma criação de António Aleixo, por quem nutro grande assombro,
por ter sido, como eu, um “semi-analfabeto”.
*Nesta vida enganadora,
Não é senhora. quem quer.
Para ser uma Senhora,
É preciso ser MULHER.
António Figueiredo e Silva
Coimbra, 23/08/2024
Nota:
Não uso o AO90.
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