O ESPLENDOR DO SOL SERENA A ANGÚSTIA
Nunca olhes ninguém de cima para baixo,
a não ser que seja para ajudá-lo a levantar-se.
O
ESPLENDOR DO SOL SERENA A ANGÚSTIA
(Átimos da minha "estadia" no Hospital de Santo António-Porto)
Oportunista,
o astro-rei soube servir-se de uma nesga momentânea entre as nuvens, provocada
por rajadas coléricas de vento, que, sempre que as encontram, aproveitam para declarar
o seu espírito implicativo, empurrando-as sem pejo, para fora do seu lugar que
elas haviam demarcado. Manifestamente, isto é bom. É sinal de que o universo
está em constante mutação, e, movimento; é sinal de vida.
Vi
naquela claridade deslumbrante um símbolo de esperança para todos os enfermos
nas instalações contíguas acamados, e um sinal de bênção, para aqueles que, dia
e noite se cruzam neste corredor, para, com algum sacrifício e paciência,
acudirem aos apelos dos doentes que estão física ou psicologicamente debilitados
– por vezes, ambas coisas.
Neste
espaço hospitalar - como tantos outros -, um dos últimos redutos onde o ser
humano hipoteca toda a sua expectativa em prol da sobrevivência, já vi de tudo
um pouco. Pode ser que algum dia eu tenha oportunidade de narrar – se ainda por
cá andar a “pastar”, e a caixa-dos-pirolitos se mantiver desperta e activa.
Mas,
se esta fugidia réstia de sol foi uma glorificação da Natureza, abençoados
sejam todos os que palmilham por este corredor para darem o melhor de si em
prol do bem-estar dos enfermos, sem olharem à sua condição social ou
psicológica.
Não
conseguiria ultimar este texto, sem manifestar similarmente a minha estima e
transmitir-lhes que, graças à fulgência da sua alegria, do seu carinho e do seu
empenho, por analogia, são como o sol; só que, transmitem paz de espírito e
ajudam a curar ou minimizar as enfermidades – sejam elas de perturbação
emocional ou desordem física.
O
MEU BEM-HAJA A TODOS.
António
Figueiredo e Silva
Porto,
19/11/2022
http://antoniofsilva.blogspot.com/
Grata pela suas palavras. É tão gratificante quando o nosso trabalho é reconhecido. Um bem haja a si Sr. Figueiredo.
ResponderEliminarAbraço de uma enfermeira que anda por essas bandas.
Muito obrigado. Só tenho duas formas de escrever: ou com o coração ou com o fígado, não uso o meio-termo.
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