O “ASSASSINATO” DA LÍNGUA PORTUGUESA
Vasculhem na internet:
“Editoras portuguesas que não aplicam o AO90” … - “Tradutores
contra o Acordo Ortográfico”.
O “ASSASSINATO” DA LÍNGUA PORTUGUESA
Este crasso “homicídio” linguístico, tem dado origem à deflagração de uma onda de protestos sem precedentes, nos quais estão integrados grandes crânios da nossa literatura e ninguém ousou, até ao presente, mudar uma “vírgula”, que fosse.
Que
raio que de caturrice mais limitada!? “Arrium porrum, catanorum esd”!
Depois
de setenta e sete anos a calcorrear por entre A, E, IS’OÚS, embutir na
mona os símbolos de um abecedário e aprender a montar as letras para edificar
palavras suaves ou abrasivas, dolentes ou de satisfação, cínicas ou
diplomáticas etc., sem dar erros carentes de palmatória, vejo-me hoje,
confrontado com um moderno “Certificado de Burrice”, titulado de AO90
- que me recuso a aceitar -, outorgado por meia dúzia de pseudo-iluminados ou
incompetentes, que não souberam ou não quiseram, preservar a fragrância puritana
da tradição linguística portuguesa.
Se
não fosse por recear ser catalogado de mal-educado, chamar-lhes-ia… bestas!
Patetas! Assim, para o não fazer, porque a minha civilidade não o dita, sou
coagido a permanecer com esses predicados “lisonjeiros”, como espinhos de cacto
(não confundir com o verbo catar como o “pretensiosamente” exigido pelo AO90),
atravessados na “garganta”. Custa muito!
O
que ainda não consegui alcançar foi qual o objectivo ou a “untadura”, que por
detrás lhes “lubrificou” os carris, e os interesses silenciosos que empurraram
os “verdugos”, para a anuência do dito Acordo (des)Ortográfico –
do qual discordo – desfigurando acentuadamente o “envelhecido” traçado e
maculando a pureza da alma do nosso idioma.
Agora,
porque a minha juventude não permite, é certo não vou entrar de novo para a
Escola Primária; por aqui me fico, inconformado, com a minha “burrice”
estagnada, até que, do horizonte do saber, desponte alguém com intelecção e
intrepidez para proceder à reposição da ancestralidade linguística, com o
indispensável desmantelamento da anormalidade há uns anos constituída, e
ratificada, pelo Sr. Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva,
sob o Decreto nº52/2008.
Imagino
Camões, Guerra Junqueiro, Fernando Pessoa, António Nobre, Ary dos Santos, Alexandre
Herculano, Antero de Quental, Miguel Torga, e outros grandes Mestres, da
poesia e da prosa, que entre os vivos já não se encontram, a organizarem grandes
manifestações celestiais de sublevação contra este assassinato linguístico, sem
pés nem cabeça, ministrado por abéculas da nossa pobre e apodrecida
“aristocracia” - vazia de nobreza e saber.
Lamento!
António
Figueiredo e Silva
Coimbra,
25/03/2022
http://antoniofsilva.blogspot.com/
Nota:
Faço por não usar o AO90
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