ADOLESCÊNCIA
É o tempo em que, devido ao clima ameno da Primavera da vida, as canholas nunca pensam que um dia virão a ser tão idiotas como os “cientistas” que assim cogitam.
Crescidos
que assim raciocinam,
independentemente
da sua faixa etária, certamente que ainda não chegaram sequer, ao patamar da
adolescência; porém, estão na sua fase embrionária; crua.
No
entanto, até nem me desagradam tais concepções!? Que bom! Nesse caso, quem me
dera que o tempo voltasse p’ra trás, p’ra eu poder repetir as minhas parvoíces
e manifestar a utopia das minhas convicções!
Se
os “cientistas” assim continuam a “cientificar” e eu existir por mais meia
dúzia de luares de Agosto, creio que ainda irei a tempo de ser protegido pelos
princípios protectores, próprios da adolescência, caso venham a ser aceites e
legitimados.
Contrairei
o matrimónio, (actualmente em decadência), mas não deixarei no entanto de
constituir família, ainda na minha adolescência; não serei explorado pelos
tubarões do trabalho (que faz calos, nas mãos da juventude ou no cérebro),
porque voltarei a ser adolescente; não serei obrigado a ingressar nas forças
armadas, policiais ou similares, pelo mesmo motivo; a responsabilidade pelos
meus actos nocivos (se os houver), será nula ou atenuada, e haverá uma série de
outras benesses, que não lembram ao mais desmiolado “cientista” que assim pensa.
Ai!
Seria tão bom!
Apesar
de parecer um paradoxo, não coloco de parte a ideia de que, com mais uns tratados
inovadores emergentes do raquitismo epidémico de alguns cabeçudos da “ciência”,
que eu ainda possa vir a “alcançar”, nesta sociedade decomposta de critérios,
um lugar de pai, avô, e com alguma sorte bisavô, com todos os direitos
inerentes a um adolescente.
Pocha, seria mesmo bom!
Venha
lá esse milagre de loucos, para eu poder concluir a minha “falta de juízo”, que
de certo, até hoje não me foi possível, por ter tido o destino de haver nascido
prematuramente; isto é, antes do tempo, em esta sociedade doente e enfezada no
raciocínio, que realmente “pensa” como se encontrasse nos primórdios da
“juventude”.
Se
este “milagre” vier a consumar-se, apesar da minha debilidade física e quiçá,
intelectiva, “farei das tripas coração” para, “heroicamente”, contribuir
para o aumento do índice demográfico neste Mundo, pejado de incapacitante
loucura.
António
Figueiredo e Silva
Coimbra,
26/03/2022
http://antoniofsilva.blogspot.com/
Nota:
Faço por não usar o AO90
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