TERMINOU A "ALGAZARRA"

 

Quem não vota, está a vender os seus direitos de cidadão.

 Sujeita-se a ser governado por quem não gosta.

Não fique em casa, vá votar.

(António Figueiredo e Silva)

 
TERMINOU A “ALGAZARRA”
(Duas tretas sobre as legislativas 2022)

 


C
ada um tem a sua forma de analisar os acontecimentos, não é verdade?!

Pois eu tenho a minha e não abdico de tecer algumas anotações sobre o tão badalado “alarido”, orquestrado pelas pessoas mais “distintas” (ou consideradas como tal), da nossa comunidade. Atingiram o limiar da decência. Alguns até desceram muito abaixo dessa soleira.

Seria dispensável dizê-lo, mas, por uma questão de integridade minha e clareza no que argumento, é evidente que não é propósito meu, estabelecer uma medida igualitária para todos os “vendedores de peixe” e sublinhar que a quem servir a canastra, que a ponha sobre a carola, que mesmo sem peixe, protege do sol e refresca-lhe a mioleira.

O que consegui observar não foram debates, mas duelos, coroados de propósitos risíveis, em que, como armas de combate, foram usadas repetidamente acusações sem fundamento e falsidades sem consistência.

Todos falaram de tudo (mais alguma coisa).

Das “boas intenções” em ajudarem Portugal a sair do pântano em que, durante os últimos quatro anos, por alguns “bacalhoeiros”, foi colocado a “demolhar”.

Com enfático sublinhado, não se esqueceram de falar nas aposentações, que estão muito abaixo das escandalosas reformas dos deputados desta nação, em tempo de “trabalho” e em remuneração.

Versaram, com acentuado populismo – porque o povo até aprecia - sobre o abaixamento da tributação.

Acenaram (mas de longe), com uma reestruturação no SNS, na tentativa de convencer os portugueses de que isso seria feito com uma varinha de condão – mas não versaram sobre a eutanásia.

Propuseram, com felina garra, equilibrar a balança da Justiça, que tem andado desequilibrada, e retirar-lha a venda dos olhos - como se isso fosse possível.

Arengaram, mais vale tarde do que nunca(?!), da necessidade de uma subvenção de risco para as Forças de Segurança – que há muito tempo merecem.

Tagarelaram também, porque era imperativo dizê-lo, sobre a criação de postos de trabalho – uma luz que, nem à saída do fundo do túnel se enxerga.

 Espadeiraram muito sobre a luta contra a corrupção, mas olvidaram de que essa moléstia é pandémica, e tem a conivência a protegê-la – provavelmente, até entre alguns dos que articularam em acabar com ela.

Propagandearam, com simulada bravura, deflaccionar os preços da energia eléctrica, gás, combustíveis – não charlataram sobre os preços do chispe, da fêvera, da mão de vaca e do bife, das sardinhas, dos carapaus, e outros animaizinhos, ou porque se esqueceram ou omitiram, para não magoar a ideologia do PAN, cujos adeptos devem ser vegetarianos – penso.

Discorreram sobre muita coisa, que na realidade nós (portugueses), gostámos de ouvir.

Proclamaram tudo, no geral, mas varreram para debaixo do tapete o ESSENCIAL.

Ninguém se dignou esclarecer os portugueses, sobre quais os métodos e a forma como os iria utilizar, para fazer tantos “milagres”, como até hoje jamais foram conseguidos!

É caso p’ra dizer:

MAGNÍFICO! TRANSCENDENTE! METAFÍSICO!

Penso eu:

Nebuloso, obscuro!

Ó raio!?

 

António Figueiredo e Silva

Coimbra, 28/01/2022

http://antoniofsilva.blogspot.com/

Nota:

Faço por não usar o AO90

     

 

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