A VILA DE FAJÕES
A VILA DE FAJÕES…
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IGREJA MATRIZ DE FAJÕES |
…Que
por obséquio do Sr. Jorge Paiva - actual presidente da Autarquia - eu tive a
satisfação de visitar, matou, não inteiramente, porém sobejamente a minha
curiosidade sobre a terra que ele, com gigantesca força de alma tanto me tem
querido mostrar.
Enquanto
amavelmente e com implícita satisfação me ia mostrando o interior do edifício
da Junta de Freguesia, os jardins que ladeavam o edifício, as trutas selvagens
do rio Antuã que nasce a escassos quilómetros dali, íamos preenchendo o vazio do
tempo com largos momentos de amena cavaqueira sobre assuntos diversos, e, de
improviso, traçando também etapas da visita que me foi proposta e da qual muito
teria que dizer, o que certamente ficará para uma próxima vez.
Estive
e no Morro de S. Marcos, cuja capela parece uma almenara a alumiar toda a
paisagem envolvente. Após ascender os últimos centímetros dos quatrocentos e
noventa metros de altitude, através de um pavimento caracolado e artisticamente
construído em calçada portuguesa, assomou-se-me à frente um miradouro de uma
magnificência fora do comum! Com uma beleza paisagística invulgar, onde o olhar
se perde na imensidão da beleza natural alcançada até mais não ver; do topo
daquele local aprazível, pude ver a zona da Torreira, do Furadouro, o posto de
transmissão em Vila Nova de Gaia e, segundo o meu afável anfitrião, se “estivesse
o olho limpo”, céu limpo, presumo, - deve ser gíria típica da terra, – podia ver-se
o Monte de Santa Luzia, em Viana do Castelo.
Naquela
localidade, cuja vetustez se perde na memória dos tempos, algo houve que captou
a minha atenção: uma casa que, como me informou o presidente do executivo, foi
outrora um dos muitos Tribunais da Inquisição, extinta em 1820/21. Fiquei
bastante apreensivo e por alguns momentos retrocedi na história, por saber dos
malefícios perpetrados por aquela “linha doutrinal” em que, a coberto da Fé,
reinavam em desenfreada psicopatia, a vingança e a cobiça. Bem, já passou… Mas
tenho a impressão de que as cinzas ainda estão fumegantes.
Esta é uma das dezanove freguesias que
congregam o município de Oliveira de Azeméis. É certo que algumas só dão “pão e circo” – e buracos – para entreter o pagode - não sei se por debilidade da
Autarquia local ou se por abastardamento da Autarquia Municipal; aqui também há
diversões, pois as pessoas sentem necessidade de conviverem e de se distraírem;
só que, pelo que pude constatar, quem dá “pão
e circo” nesta terra, também
manda tapar os buracos ou cria condições para que eles não apareçam; zela pela
terra, propagando o seu nome (da terra) com o fomento da cultura e da
convivência; catalisa a juventude e os dos cabelos grisalhos numa simbiose
harmoniosa onde se nota existir uma reciprocidade no respeito e na compreensão;
num pavilhão silencioso, tive o prazer de assistir a um campeonato do jogo de
damas, aonde por casualidade se encontrava o campeão nacional – por sinal meu
conhecido.
Uma vila que me pareceu
bastante organizada e limpa, cujo asseio começa no seu centro, espraiando-se
até aos seus limites periféricos, imprimindo a toda a área Fajoense, por aquilo
que se me afigurou, uma imparcialidade territorial, na manutenção da
salubridade e no arranjo das vias de comunicação, cujas bermas, passeios e
pavimentos, estão em condições para suportar o movimento variado para o qual
foram concebidas.
“Tacteando”,
pude concluir que o “jovem” presidente possui um vasto suporte curricular atrás
de si, com bastante obra feita – obra objectiva - e uns bons e incansáveis
elementos, dos quais conheci alguns, que o ajudam na difícil tarefa de dirigir
os destinos daquela região.
A limpeza de uma terra e a
beneficiação e conservação das suas infra-estruturas são, indubitavelmente, o
espelho da gerência de uma autarquia, repositório onde o povo edifica o seu
orgulho ou a sua vergonha. É nestas premissas que esta
autarquia apostou e teimosamente continua a apostar, para seu bem-estar e
exemplo para outras.
Francamente, gostei… do que vi, do que soube e
do que senti.
As
minhas congratulações.
António
Figueiredo e Silva
Coimbra
19/06/2014
www.antoniofigueired.pt.vu
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