"OMNIPRESENÇA"
Sete pecados sociais:
Política sem
princípios, riqueza sem trabalho,
prazer sem
consciência, conhecimento sem carácter,
comércio sem
moralidade, ciência sem
humanidade e culto sem sacrifício.
(Mahatma
Gandhi)
“194 médicos
investigados por fraude”
(in Correio da Manhã 24/06/2014)
“OMNIPRESENÇA”
A ser verdade e pelos fumos rumorejantes
que por aí têm vindo a rodopiar, há bastantes anos que se sabe, que o fenómeno
da ubiquidade não se estende apenas a crenças religiosas, mas também a muitos
parasitas que “vagabundeiam” entre nós, e que, escorregando no leito da ambição
desmedida, vêm trafulhando os estatutos estabelecidos, instalando desta forma a
sua omnipresença fictícia em todos os buracos donde possam jorrar proventos
materiais (€).
É
perante o olhar circunspecto de quem vê, mas que sob a mordaça da
subalternância é coagido a não ver e a não linguajar, que estes trampolineiros
podem estar ao mesmo tempo em todo o sítio como espíritos deificados; acumulam
radialmente ganhunças de todos os lados, inclusivamente daqueles onde na
realidade deviam estar no cabal desempenho das funções que lhe foram
atribuídas, mas lá não se encontram, a não ser para “pincelar” a sua rubrica ou
encostar ao scaner a sua impressão
dedal.
Esta “negaça” já não é nova; é antiga, e
é fruto da lassidão fiscalizadora e da consequente debilidade na aplicação da acção
penalizadora tutelada pelo nosso sistema regulamentar.
O que é lamentável é que só agora se
tenha começado a tocar neste carcinoma velho de maduro, porque, os prejuízos
decorrentes da fraudulência dos actos praticados por este tipo de gente sem
carácter, de sensatez limitada e portadores de uma deontologia apodrecida, têm
vindo a ser suportados pelo desgraçado do contribuinte.
Bendito aquele de deu com a boca no
trombone; vamos lá a ver se a música vai tocar de maneira diferente - mais
“afinada”, pelo menos.
Este estado de coisas não acontece
somente no sector referido; não, nesta manta rôta, onde manhosos, interesseiros
e incapazes, como morcêgos se aninham sob mútua e aconchegada protecção entre si,
estende-se aos mais variados serviços, principalmente àqueles onde o “sangue”
dos contribuintes por força das circunstâncias é obrigado a fluir. No entanto,
não devemos medir todas as pessoas dos diversos departamentos que atendem a
nossa comunidade, pela mesma bitola; isso seria injusto.
Estas situações que não gostaríamos de
confrontar, certamente que não são o queremos, mas é o que temos. Por culpa da
mordaça do silêncio? Talvez!?
António Figueiredo e Silva
Coimbra,
26/06/2014
www.antoniofigueiredo.pt.vu
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