AO MEU AMIGO ZÉ
AO MEU AMIGO
ZÉ (VII)
Quando o direito de morrer sem sofrimento
não é autorizado pela vontade expressa do enfermo no gozo pleno das suas
faculdades mentais, este converter-se numa forma de assassinato […].
É certo que existem formas diversas […] que
não deixam de justificar a volatilização da vida humana sem a sua autorização
atestada […].
Entre […] desmaiadas opiniões falaciosas, a
nata pútrida […] que se tem por ser constituída por pessoas de bem, está
apostada em roubar-nos a existência sem o nosso beneplácito […] onde as
doutrinas são distorcidas com a ajuda do calor da ambição atiçado pelo sopro
protector da impunidade.
(Retirado de
uma crónica que há muito tempo escrevi, denominada EUTANÁSI A.
Olha Zé, poderia
ter começado de uma forma mais linear, porém optei por iniciar esta
escrituração com uns farrapos retirados de uma antiga crónica minha,
infelizmente ainda actual, que pressuponho, deves ter lido; se o não fizeste
ainda tens possibilidade disso, através do meu blog.
Como sempre, espero
que estejas bem e lúcido; se não mais, o suficiente para compreenderes o que
muitos acanudados não entendem, nem à marretada, cuja causa provável mais não
será do que estupidez empedernida e falta de formação cívica.
Bem, tu, na
teoria, podes considerar-te fora da epidemia porque estás bem servido pela
calvície, mas na prática, apanhas tanto como eu no cabeçote, conquanto que
ainda me restem alguns folículos capilares a frutificar.
Para que não
sobrecarregues mais os teus neurónios com interrogações, que são agrestemente
prejudiciais para os velhos como nós, sabias que fazemos parte de uma endemia nacional denominada “PESTE
GRISALHA”?
Pelo menos foi
o que “disse” um sr. de nome Carlos Peixôto, que, ao que parece, é deputado no
nosso endémico parlamento.
Ó Zé, não
fiques admirado com estas bacoradas, porque muitas mais e com idêntica
desfaçatez surgirão… vais ver!
Não sei se é
do teu conhecimento, mas os grisalhos da
peste e não só, encharcados por uma turbulência raivosa caíram-lhe em cima,
com os vocábulos mais jocosos, zombeteiros, gozativos e cáusticos, afincados
nos mais elogiosos epítetos à sua sêmola intelectual, provavelmente pulverizada
em excesso por fungos de auto-estima, onde os velhotes podem profetizar um verdadeiro
déspota em germinação.
Mas sabes
mais, ao que parece esse referido sr., depois de ter dito o que disse, ainda
ficou bastante colérico e indignado, com as críticas dos elementos da PESTE GRISALHA e seus apoiantes, e ao
que parece, “jurou dar-lhes caça”.
Ó Zé, vamos lá
a ver se a escopêta encrava, senão os visados serão “retalhados” na praça
pública à sua semelhança. De qualquer de maneira, é sempre bom ficares a saber,
porque, se tiver que ser erradicada a PESTE
GRISALHA como implacável maleita contaminadora da sociedade portuguesa sadia,
esse sr., se puder, será certamente um dos verdugos intervenientes no seu desaparecimento
coercivo, utilizando talvez o método hitleriano da eutanásia compulsiva e
aplicando a sistema biológico da semente, que só germina quando encontra as
circunstâncias oportunas para o efeito.
E para teu
melhor esclarecimento, o sr. em causa, chama-se: António Carlos Sousa Gomes da
Silva Peixôto.
Porque a
imunidade não é generalizada, nem podia ser, faço questão em levar-te este incidente
ao teu conhecimento para, no caso de me suceder alguma coisa de “bom” tu
poderes esgrimir em minha defesa, ok?
Se não bater a
caçolêta, como muitos desejariam, mais tarde dar-te-ei notícias minhas, perante
as quais se calhar vais ficar meio zonzo.
Um grande
abraço e até breve.
António
Figueiredo e Silva
Coimbra, 21/11/2013
www.antoniofigueiredo.pt.vu
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