O EGOCENTRISMO DE UM POVO
O
EGOCENTRISMO DE UM POVO…
…Infectado por
um complexo de superioridade insalubre.
Quero
salvaguardar, desde já, a imagem de D. Filipa de Lencastre que não tem nada a
ver com o assunto; contudo, a maneira de estar dos ingleses perante o mundo, principalmente
perante os portugueses, deixa muito a desejar.
Antes de
continuar a prosar sobre esse “nobilíssimo” povo, muito gostaria eu de saber em
que é que ele nos beneficiou até hoje. Naturalmente que muitos irão objectar sobre
que bicho me mordeu para começar desta maneira tão contundente e sarcástica. É
fácil?! O sarcasmo é a virtude genética que possuo e com a qual ataco aqueles a
quem o demérito marca pelas punhaladas traiçoeiras que vão dando na sociedade
incauta ou adormecida; a contundência é para mim a arte mais nobre de ataque
frontal, pois sou avesso à subtileza – a diplomacia, deixo-a para os diplomatas.
Isto é, não sei dizer coisas desagradáveis, agradavelmente, porque as pessoas
podem fingir-se de estúpidas e fazer que não compreendem, porque não lhes
convém, por isso, procuro ser duro, claro e directo, permitindo com esta
postura a contestação e defesa a quem de direito, em refutação às minhas
equações opinativas, porquanto eu não me considero detentor da absolutez da
razão. No entanto procuro sempre firmar o que escrevo suportado por factos
indubiamente abalizados.
Ainda não
consegui e talvez nunca venha a conseguir digerir a teimosia maleitosa de que a
comunicação social britânica se remediou, para denegrir a aura de comprovada
competência da nossa Polícia Judiciária, como se os ingleses fossem o néctar da
sapiência, da competência e da infalibilidade.
Não, isto não
é de modo algum uma revelação xenófoba, antes porém uma ostentação de
desconforto raivoso pelas cínicas críticas que têm feito e que não deixam de
meter nojo e revolta a quem se sente português; porque, que eu tenha
conhecimento, ainda não foi provado cientificamente que a inteligência inglesa
é mais refinada do que a portuguesa ou do que a de qualquer outro povo do
mundo, por mais abascado que ele
seja.
Para não falar
dos outros, porque a defesa é pertença de cada um, a nós bem nos têm lixado ao
longo dos tempos desde a subida do Mestre de Avis ao trono de Portugal.
É do meu conhecimento
mais uma manifestação desta “amizade” histórica, no período que remonta às
invasões francesas, onde os nossos “amigos” ingleses, depois de saques,
violações e mortes com que marcaram a época, arremataram-na com a pena capital,
por enforcamento, do Tenente-General Gomes Freire de Andrade, liberal democrata.
Se têm
curiosidade em saber porquê, leiam, porque a história fala por si! Eu não sou
historiador. Mas que eles deixaram uma fama pouco abonatória por estas bandas,
deixaram.
Seguidamente e
passados uns anitos, sem razão fundamentada a não ser a cobiça e o despotismo
de sua majestade, enjambraram o celebérrimo Mapa-Cor-de-Rosa, donde brutou (é
mesmo brutou!) ao estilo inglês, um fastidioso Ultimato que devido às politiquices,
ainda hoje na moda, culminou na perda da área geográfica entre Angola e Moçambique
e serviu de fermento para o regicídio na pessoa do Rei D. Carlos, consumado por
Manuel José dos Reis da Silva Buíça.
Apareceram
agora os iluminados media de Sua Majestade
a denegrir a actuação da nossa Polícia Judiciária no caso dos Mac’Cann, - espero
bem que lhes saia o tiro pela culatra - como se a polícia inglesa desvende todo
o mistério que lhe aparece, à laia de Sherlock Holmes, fantasia ficcionista do
escritor britânico Conan Doyle.
Para mim, este
sentido de auto-imaculação faz-me assomar à face um sorriso cor de limão e
efervescência encefálica co que o meu sistema periférico não consegue lidar.
Vejamos: entre
muitas outras coisas, nunca souberam quem foi Jack o Estripador e, há bem pouco
tempo, mataram um cidadão brasileiro por engano (?) depois de tê-lo andado a seguir,
como sendo um terrorista; agora miseravelmente desculpam-se, alegando que não
foi crime, mas equívoco.
Como!?
-Pergunto eu. A polícia inglesa nunca se engana!?... Seria bom, não seria?
Além do mais,
por todos os reveses que têm havido naquele
Kingdom a nível político e social, acho que é tempo de eles deixarem de
olhar somente para o seu próprio umbigo e convencerem-se de que não são povo
com autoridade moral e precisão crítica suficientes para dar lições de vida ou
satirizar seja quem for. E muito menos a Polícia Judiciária portuguesa que se
desunhou com o triste caso, e até o próprio povo que tem pago todas as despesas
que o erário público tem dizimado com este incidente, cujo preço não será
certamente irrisório.
Acho mais conveniente
os ingleses abandonarem a filosofia do must
be e encaminharem pela de could be,
se não será de toda a conveniência you
had better hold your tongue.
António
Figueiredo e Silva
Coimbra 24/10/2013
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