CRENTE, SIM! BURRO, NÃO.
CRENTE, SIM!
BURRO, NÃO.
Costuma o povo
dizer que “a fé é que nos salva”.
Naturalmente
que esta citação tem um cunho psicológico de grande ajuda, para aqueles que a
natureza bafejou com o sentimento da resignação já podre de maduro.
Através das
mais diversas e complicadas formas de investigação científica, conclui-se que o
discernimento é uma função natural, genética, “soprada” de forma gradual mas
implícita, em todos os seres pensantes, quando eles ainda barbataneiam em paz, no fluido amniótico uterino. O seu desenvolvimento,
porém, é que não se manifesta da mesma maneira e com equilibrada uniformidade
em todos os encéfalos, e, de jeito nenhum, na cadeia de acéfalos, que por sinal,
alguns elos dessa corrente têm vindo a fazer parte integrante do grosso das
falanges magalíticas que nos têm
orientado, no azimute crítico da desorientação.
As análises e
aplicações resultantes da falta de medrança dessa função natural, o
discernimento, quase sempre dão “barraca” da grossa e tudo o que daí proceder,
com o andar do tempo, arruinar-se-á certamente.
Existe todavia
uma pedra angular (?) sobre a qual o ser racional procura minimizar o
sofrimento megalómano que o agrilhoa e nela rebusca uma alacridade falsamente
astéria, até que os “calos” denunciem a sua existência. São a crença e a esperança,
as duas faces dessa pedra angular, que servem de lenitivo, mas não resolvem
os problemas materiais, que são os que mais fazem doer o corpo e a alma. É que
não o dissolvem mesmo! Estão incapacitadas dessa função, enquanto existir entre
elas uma bissectriz de mau alinhamento chamada Finanças.
Isso leva a
crer que as veredas na procura dessa fé, dessa esperança, realmente foram
trocadas: enquanto até aqui se ia dizendo que “todos os caminhos vão dar a
Roma”, com grande pesar e sob o implacável chicote da acção coersiva, passou a
dizer-se que, “todos os caminhos vão dar
às Finanças”!... Que actualmente encarnam a retorcida bissectriz do nosso
suplício, a gadanha fomentadora da nossa calvície, a cafeína que nos estimula a
insónia, o estertor que nos cinde a razão.
Não, não é
esta “fé” que nos salva.
Crente, sim! Burro, não.
António
Figueiredo e Silva
Coimbra
www.antoniofigueiredo.pt.vu
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