AI MIGUEL, MIGUEL!
O
jornalismo moderno tem uma coisa a seu favor.
Ao
nos oferecer a opinião dos deseducados, ele
mantém-nos em dia com a ignorância da
comunidade.
AI
MIGUEL, MIGUEL!
“Mas você tem algum amigo prêto?”
A meu ver, foi uma pergunta tendenciosa
e ácida servida em bandeja de cromado cinismo, de Miguel Sousa Tavares a André
Ventura.
Claro que o Ti
Miguel
bateu com os tomates na lama, para onde foi obrigado a escorregar, empurrado pelas
descontraídas e espertas alegações de André Ventura.
Aliás, o André soube muito bem desencarcerar-se
da cerca de arame-farpado em que o Miguel
estava apostado encurralá-lo.
Não é que aprecie o
André;
mas muito menos gosto da convicção “deificada” do Miguel,
que, na minha maneira de ver, tem vindo a passar de um bom jornalista, para um gazetista
de alpargata, com valor declarado para gatafunhar em pasquins ou livros-de-bolso.
Quero frisar que não estou aqui em
defesa de André Ventura nem do partido que
representa. Muito longe disso.
Mas, aquele Miguel
Sousa Tavares merece que lhe provoque um rombo o casco do navio
fantasma, em cuja popa se julga instalado, tendo-se como o pregoeiro laminar do
supremo jornalismo. Isso não tem vindo a suceder. Penso que a vaidade lhe
apodreceu a mestria.
“Mas
você tem algum amigo prêto?”(Ahahah! Achei piada!).
Salvo opiniões divergentes, que
respeitarei, entendo que foi uma interrogação, que, além de tendenciosa,
resvalou para o ridículo – para não ir mais longe. Compreendo que a idade não
perdoa; mas não me vou coibir de metralhar o que entendo ter sido um “abuso”,
só inerente a este jornalista (não quer dizer que não existam mais), que tenho
vindo a considerar, de dúbia competência. Prova viva e evidente, de que, é
verdade que idade e o autoconvencimento exacerbado, não perdoam.
Para finalizar e deixar purificada a
minha narrativa analítica sobre a pretérita entrevista, sem que me julguem
alimentar qualquer ideologia partidária, devo dizer o seguinte: deixei de
apreciar o péssimo jornalismo de Miguel Sousa Tavares
e não acredito na papagueante e acelerada retórica de André
Ventura.
Um, porque deixei de crer na sua imparcialidade jornalística; outro, porque as
suas intenções, por melhor que as apresente, não chegam para mudar as minhas convicções
quanto à noção que alimento sobre o que é Democracia.
Tenho dito.
António Figueiredo e Silva
Coimbra, 17/11/2020
http://antoniofsilva.blogspot.com/
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