O TALENTO
Nada
substitui o talento e a capacidade de
criação
do ser humano. Porque a criatividade
é
para quem tem… não para quem quer.
(Autor
desconhecido)
Para
que essa criatividade floresça,
o talento Congénito é imprescindível.
(A.
Figueiredo)
O
TALENTO
A
arte é a expressão máxima da alma sendo a sua forma imprevisível, variando de
acordo com o estado de espírito do artista, no momento da criação de uma obra,
seja ela musical, literária ou quaisquer outras ligadas à excelsitude
artística, como o desenho, a pintura, a escultura, a música e outras, que esta
pequena página não chegaria para mencionar.
Para que o sonho se metamorfoseie numa
realidade, é indispensável uma característica natural, chamada TALENTO.
Penso que a aptidão vem encasulada no
código genético de cada um, que não pode ser alterado, podendo, no entanto, ser
aperfeiçoado por métodos de ensinamento colhidos através dos tempos, fundamentados
na experiência e no raciocínio de quem os transmite. O MESTRE.
É manifesto, que para ser Mestre, também
tem de nascer com a virtude talentosa, quando não, não passa de um “ensinador”
feito a martelo, como suponho haver muitos por aí a boiar, derretendo o tempo e
a cachola aos aprendizes, sem resultados palpáveis. Motivam tão só, uma desordem
cerebral de avolumado calibre, que aos principiantes, no fim de um período
leccionamento, apenas lhes resta meia dúzia de ideias vagas, para aumentar a
palha que vai engrossar o fardo da inutilidade, que ao longo do tempo, tem
vindo a ser atafulhado sem peso nem medida. Isto, cá, tem sido nocivo para a
comunidade e é confirmado pelas consequências, em parte catastróficas,
provenientes das sucessivas governações durante a última quarentena.
Para burilar as mentes hábeis, também é
necessário ter o dito talento, porém, com a conveniente lapidação feita; a essa
nata habilidade, depois de aprimorada, chama-se pedagogia – que infelizmente
alguns não têm – não por culpa deles, contudo, porque a Natureza não os contemplou
com essa graça.
Suponho que a Essência Criadora, que
obstina em primar pela diversidade, não distribui as virtudes de equivalente
forma por todos, e com justa razão; se fossemos todos iguais intelectualmente,
desconheceríamos em absoluto a existência do saber e perderíamos o sopro que
nos impulsiona para sua procura. A CURIOSIDADE; que é tão viciante como a mais
potente droga. Quem a “ingere”, nunca mais interrompe a sua prática, porque o
conhecimento não é finito, mas misterioso; logo, aliciante, dado a sua
infinitude.
Felizes dos contemplados (MESTRES), que,
de boa fé, empregam o seu talento para a transferência do seu saber, para
promulgação visão do Mundo; a configuração como ele pode ser visionado pelas
mentes que para isso tenham talento, porém, ainda no estado embrionário, mas
aptas para que lhe seja ministrado o conhecimento. Um dia, depois de
desenvolvido e acrescentado com novas concepções, irão por certo, dar
continuidade na sua transferência para os vindouros mais talentosos.
É da simbiose entre o saber a pedagogia e
o talento, que nascem os grandes cientistas, que modificam, para o bem ou para
o mal – a ciência do mal, também não deixa de não ser ciência – todos os
sistemas da nossa vivência; para que tal ligação possa ocorrer deve ser
ministrado o saber e a disciplina, que são os degraus dos elementos
aprimoradores pelos quais o talento sobe, para atingir a competência.
Se um Mestre não tem talento para levar a
cabo a missão que se propõe a cumprir e o aprendiz também não tem capacidade
nata para apreender o que ouve, no fim de alguns anos de luta, restam dois
calhaus; mas dois burgaus com diferenças abissais, se bem que, naturalmente “injustas”.
Um, apesar da sua “miséria” intelectual, continua com a “fama” de disfarçada
mestria, porém, bem posicionado socialmente; outro com a mente constrangida e
a visão do mundo limitada pelos “óculos de Penafiel” (antolhos) que lhe
resguardam a idiotice, lá vai fazendo a sua vidinha calmamente (às vezes), em
tacanha ignorância, isentado da noção da realidade do mundo que o rodeia.
É precisamente devido penúria da
componente talentosa, que em todas as profissões, sem excepção, existem os que
realmente são e os que, na penumbra da certificação, vão sendo.
O talento é nato e direcionado. Não se
constrói, aperfeiçoa-se; porque, a existir talento, se este não for aprimorado
através da insuflação do entendimento, é como um diamante em bruto; nunca tem o
seu real valor. Por outro lado, se ele não existir, é impraticável, do nada, aperfeiçoar-se
alguma coisa. Não passa de uma utopia.
António Figueiredo e Silva
Coimbra, 23/03/2020
Nota:
Não
faço uso do AO90
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