E ESTA? (Oportunidade Dourada para Reinserção Social)
“O
único lugar onde o sucesso vem
antes do trabalho, é no dicionário.”
(Autor desconhecido)
E
ESTA?
(Oportunidade
Dourada para Reinserção Social)
Nunca
tão poucos deveram a tantos.
Costuma dizer-se, que depois da fome vem a
abundância. Então não é que os factos asseveram esta realidade?!
A reinserção no seio de uma comunidade, pode
e deve ser feita através de préstimos dos candidatos a reinserir, a essa mesma
comunidade, à qual desejam ficar ligados em fraternal comunhão dos valores
cívicos, éticos e morais, nos direitos e nos deveres, como qualquer cidadão.
Um dos métodos mais eficazes para o
reencaminhamento do indivíduo no meio social é o trabalho, procedimento que até
agora não tem sido aplicado. Cansa, faz dores nas articulações, activa as
glândulas sudoríparas para a lavagem dos poros da epiderme, afina os tímpanos,
aguça o cérebro desenvolvendo o pensamento, faz emergir o sentido de
responsabilidade, ajuda a diluir o tempo, e, acima de tudo, dignifica e
valoriza todos aqueles que usam essa “ferramenta” em vez de andarem de canto em
canto a escarafunchar os buracos de respiração nasal ou polir esquinas,
pendurados numa beata - sabe-se lá de quê.
Era eu menino, e li em num livro que agora
não rememoro, que “A ociosidade é a mãe de todos os vícios”. Realmente, nesta
frase reside um conceito da verdade. Quando não há que fazer e tudo nos vem
parar às mãos, não por obra e graça do Espírito Santo – não tem nada a ver com
banqueiros ou outros aldrabões análogos – mas através daqueles que trabalham, a
vida parece côr-de-rosa e dá tempo para pensar no pior, uma vez que o “melhor”
cai do Céu sem deixar calosidades, rugas ou freimas; é “pouco” mas é de “boa
vontade” (?). O problema é que esse onirismo ultraterrestre é efémero. As contas
da realidade acabam sempre por vir, e mais cedo ou mais tarde elas têm que ser
saldadas, ou pêlos próprios ou pela comunidade em si. Por isso, antes do raiar
amargo da “cobrança”, que vem de certeza, é preferível ir construindo algo de
útil para a colectividade que os tem estado a alimentar, na esperança da sua
remota reintegração.
Toda esta lengalenga, para dizer o quê?
Apareceu agora uma oportunidade reabilitadora através do lavor, e que pode
realmente progredir na substituição da parasitagem pelo trabalho e fazer
reflorir consciências semimortas pela indolência, ou “adormecidas” pela
esperteza, com vista à promoção da sua revitalização - assim os interessados
mostrem vontade nisso ou o estado a tal compulse; qualquer das formas me parece
proveitosa, dada a sua convergência final.
Foi promovida a promulgação de uma lei com
vista a limpeza florestal, que pela sua extrema radicalidade, por analogia,
parece ser originária da filosofia Fernandina, quando passou pela cachimónia do
monarca - D. Fernando - instituir a Lei das Sesmarias.
Ora, aqui se encontra uma oportunidade de
muitas pessoas justificarem o que recebem, empregando parte do seu desocupado
tempo a ajudar aqueles, que por motivos comprovados, não podem ou não aguentam
cumprir as exigências estatutárias ora estabelecidas
A um preço acessível, em que as pessoas a
reintegrar fossem em parte remuneradas pelo produto do seu trabalho que por
certo as ajudaria a atingir o grau de dignidade que a sociedade exige para a
sua reintegração. Até muitos que se encontram nos “hotéis” penitenciários o
poderiam fazer, para, em fracção mínima, custear um quinhão das despesas que requer
a sua estadia compulsiva, mas monótona, naquelas “instituições de ensino” – que
me indulgenciem se me enganei.
Como dizia o falecido Fernando Pessa:
“E
ESTA?!”
António Figueiredo e Silva
Coimbra,21/03/2018
Comentários
Enviar um comentário