DESBRAVADORES DE MATAGAIS…


Se os políticos recebessem o que realmente merecem,
 sobrava dinheiro para cuidar do país.
(Ediel Ribeiro)

DESBRAVADORES DE MATAGAIS…
…e de outras coisas mais. (?)

Por ter-me como um indivíduo de bem e não botar maleficência em nada (ás vezes convém), aceito sem relutância e com toda a minha simplicidade, tudo o que me dizem, leio ou observo.  
Como tal, nunca imaginei – se a censura ainda me permite conjecturar - que surgisse alguém com coragem capaz de socorrer os portugueses em tão difícil tarefa, no que concerne à limpeza das florestas portuguesas. É por certo, uma faina que em si não é fácil, mas talvez mais simples do que preparar uma lei a esse respeito, cuja interpretação me parece mais complicada do que o desmatamento do território nacional, a começar pela serra da Arrábida, atravessando Pinhal de Leiria e seguindo para o centro e norte do país, não deixando de lado com é óbvio a parte interior beirã.
Pela fotografia inserida, graças a SAPO 24, sinto-me saciado pela “capacidade organizativa” do nosso Primeiro-ministro António Costa, que com intrepidez indómita conseguiu reunir uma equipa de valorosas figuras (desculpem se me enganei), para um ataque cerrado com vista à exterminação completa do combustível biológico, que começa pela monda indiscriminada de árvores, decepando o inimigo, desde primeira carqueja até à última tourega, os assassinos coniventes e implacáveis dos nossos matagais, da biodiversidade e de pessoas.
É uma atitude que me apraz louvar em público, porque o “nosso querido líder” (cheira-me a Coreia), disso é merecedor. E não tenhamos dúvidas de que a sua ajuda mai-la da sua equipa também pode ser considerada no sentido ajuda aos portugueses para fazer baixar o défice que, segundo o INE, é de 3% e não, como diz o Ministro das Finanças, de 1% - bem, enganos toda a gente tem, não é?!
Capacetes, já trazem, certamente para amparar alguma pinha mais indecisa e menos segura desafiada pela força da gravidade. Até parece que já estou a ver a grupo a dar umas férias às gravatas e, de mangas arregaçadas a desbravar matos e silvedos.
Quando passar pela minha terra, se passar, terei imenso gosto em premiá-lo com umas botas, uma roçadoura, uma moto-serra um serrote e um capacete. Ah! E também, tinha intenção de oferecer-lhe uma viseira para lhe proteger os longa-miras, mas verifico que o nosso Ministro já é trazedor desse acessório, que espero tenha sido comprado aos chineses, por é mais “balato” e estreita as relações internacionais, deixando-lhes o trilho livre para cá virem, com mais facilidade embarretar-nos.
À sua espera terei também umas azeitonas com broa e um bocado de chouriço grosso, especialidade da minha terra, para o desjejum, que serão oferecidos pela autarquia, antes de começarem os trabalhos.
Estou tão satisfeito com a sua postura, que até os termos vocabulares me escasseiam para lhe entrelaçar os mais ajustados e devidos enaltecimentos. 
“Perante esta tão garbosa atitude”, chego à conclusão de que a civilização só terá o seu fim, quando o fingimento acabar; é esta particularidade que faz de nós uns miseráveis, mas é necessário tê-la, porque já vi que a falta de carácter é o catalisador da vida colectiva.


António Figueiredo e Silva
Coimbra, 31/03/2018

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