ISTO É UM PAGODE
Redigida há dezasseis anos,
ainda ostenta a realidade actual!
ISTO É UM PAGODE!

Se as “pontes”
se mantiverem no ano 2002 à semelhança das de 2001, como é natural, em que
nessas mini férias foram “investidos” - invertidos, queria dizer - a
módica quantia que ronda os setenta milhões de contos, com o firme propósito de
baixar o P.I.B. que, pelo seu desenfreado crescimento, tende a rebentar os
alforges da nossa prosperíssima economia, de certeza que no fim de 2002
estaremos “estabilizados”; e em abono da verdade, diga-se que é uma micharia
para um país com tão alto nível de vida como é o nosso.
E continua a
ser com o barro do sofisma que se calafetam os buracos abertos pelos
incompetentes cabouqueiros do poder. Graças à nossa eupatia, os cupins
continuam a corroer os restos do já carcomido cerne da nossa estrutura
económica até que a sua implosão tristemente se concretize, o que nós de bom
grado vamos aceitar -não todos, claro- por causa da nossa pusilanimidade.
Dia virá, se
isto assim continuar, que não seremos mais do que uns miseráveis escravos, a
juntar a muitos outros já existentes na Europa, aonde a única safa para a
sobrevivência não passará de um miserável garimpo.
Quando na
constitucionalidade é aberta uma brecha inconstitucional, para promulgação de
leis em que a vontade de uma maioria não é claramente expressa, o que se pode
esperar disto?
Quando se
fazem convites para jantares a título “diplomático” e a nós, que também fazemos
parte da União Europeia, não nos ligam peva, o que se pode entender disto?
Para aqueles
que não “vêm, está tudo bem”. E para aqueles que num bêem, também; até
ficam todos contentes quando ouvem discursos longos e fastidiosos mas bem
salmeados, precisamente para adormecer os pobres de espírito, que em abono da
verdade abençoados sejam, se não mais, pela sua ignorância, que é a maneira
mais cómoda de se viver em paz.
Lamento muito
ser forçado a dizê-lo, mas já não há esquerdas, nem centros, nem direitas nem
blocos, nem tijolos-burro; o que existe, isso sim são intere$$es pessoais,
acorrentados a proteccionismos amistosos limitados por códigos clânicos.
Atónito e
avinagrado fico eu, ao ver tanto lorpa deixar-se enrolar como leivas impelidas
pelas aivecas de uma charrua. Verifico, que a nossa força “testicular” tem
vindo a entrar em declínio por brechas abertas no escrôto governamental, e é
pena!..
Um país por muito pequeno que
seja, também pode, se bem governado, obter o apreço dos de grandes dimensões.
Porém, connosco isso não acontece. As reuniões dos grandes fazem-se à revelia
como se a nossa existência não fosse reconhecida. Arrumam-nos como um traste
nas prateleiras da União Europeia, até que algum dia apareça alguém com cabeça,
pulso e contumácia suficientes para nos livrar da inegável crise em que nos
meteram e podermos assim recuperar um lugar digno na Europa e no mundo, como
outrora tivemos. Sei que este cantinho à beira mar é achacado à “neblina” que
nos dificulta a visão, mas estou esperançado que do meio desse nevoeiro alguém
apareça com firmeza para tal fim.
Se não vier
com um cajado numa mão e um pão na outra, bem pode ir por onde veio, que só vem
perder o seu tempo e aumentar-nos as enxaquecas.
E vem agora um desbragado moinho-de-vento holandês, um piolhoso abrilhantinado, dizer
que são só gajas e vinho.
Aldrabãããoo!!!
A realidade é
outra; é falta de instrução na caixa-dos-pirolitos, à qual ele também se não
safa.
António
Figueiredo e Silva
Coimbra17/07/2001
www.antoniofsilva.blogspot.com
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