EMIGREM, CARAMBA!
“…o
otimismo crónico e ligeiramente irritante”
de António Costa…
(Palavras
de Marcelo Rebelo de Sousa,
Presidente da República Portuguesa)
“…sou
conhecido por ser um irritante
realista”…
(Afirmação
de Pedro Passos Coelho)
EMIGREM,
CARAMBA!
Entre o presumido optimismo de um, ao assumido
“realismo” do outro, a jornada não é quilométrica. E não é grande porque, na
verdade, ambos têm irritado os
portugueses com esmerada equivalência na polpa das suas retóricas, conquanto
que, servindo-se de maneiras de descasque diferentes, que no fundo vão dar ao
mesmo.
Embora um jogue na esquerda e o outro na
direita, por isso separados nas convicções doutrinais, pelo menos habilmente
isso aparentam, e ambos explodem democracia por todos os cantos; mas não o têm
sido nas conveniências que os contamina. As primazias nos interesses próprios e
os compadrios, têm estado sempre em primeiro plano.
Cá dentro tudo continua cada vez pior
mas nem por isso se furtam ao canhoamento de responsabilidades e transgreções
entre si; umas insustentáveis, outras autênticas e outras inacreditáveis,
porém, todas surpreendentes. É um futebol político em que um tenta driblar o
outro recorrendo a acusações menos sensatas e em nada deontológicas, mas que
dão para irritar, pelo menos metade da assistência que, na sua totalidade são onze
milhões, contado com os adeptos e ineptos.
Um executa as suas intervenções com uma
cara de zombeteiro, que a meu ver, demonstra entranhada falta de coerência nas
suas afirmações, já gastas de tão usadas que são, decoradas do jargão político
que já toda agente conhece.
O outro, de fisionomia mais circunspecta
a roçar o austero e palavreado aparentemente mais sustentável, também nos tenta
empacotar quando pode, numa vã tentativa de catequização coletctiva a ver se a
cola pega. É capaz, quem sabe!?
Finalmente podemos aferir que penas uma
coisa têm em comum; ambos são políticos e vão ter direito a uma “pequena” reforma
por inteiro ao fim de oito anos de trabalho! Ao dizer isto, creio ter dito
tudo, isto é, para aqueles que entendem a podridão que existe nesta profissão,
onde por cada dia vencido, a sua suposta nobreza mais se afunda no descrédito
dos portugueses.
Eu atrevo-me a perguntar: para aturar
uma gerência tão depauperante, porque não emigram eles? Penso que a sua falta
cá, não seria notada.
Era capaz de ser engraçado, chegarem a
um país estranho, sem trabalho e sem dinheiro, com as malas vazias, apenas
repletas da fátua esperança que querem incutir aos portugueses e recomeçarem
uma vida nova, com uma mão à frente e outra atrás.
-
Profissão?
-
Políticos – responderiam.
- Dessa porcaria temos cá muita – seria
a resposta mais plausível.
- Mas… - tentativa frustrada de
argumentação.
- Não há mas, nem meio mas; se querem o
visto, apenas temos tarefas nas limpezas domésticas, recolha do lixo, trolha,
pedreiro, varredor, lavador de carros, jardineiro, coveiro, ou talvez, dada a
candura das vossas gadanhas, caixa de supermercado - fisionomias graves e
envolvidas de patética mas indignada interrogação.
- Meus caros, se não serve, ponham-se na
alhêta, porque aqui não há pão para malandros.
Se esta “ilusão” pudesse ser
materializada, como eu gozaria que nem um perdido!!!
Emigrem, caramba!
António Figueiredo e Silva
Coimbra, 15/06/2016
Ou:
www.antoniofigueiredo.pt.vu
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